21
Abr10
ATÉ AO FIM DO MUNDO
Maria João Brito de Sousa
Até ao fim do mundo e de mim mesma,
Nas diversas camadas do "sentir",
Multipliquei-me inteira no porvir
Das páginas de um livro, resma a resma
E, até ao fim de cada pedacinho
De um corpo que é de verbo entretecido,
Sê-lo-ei pelo tempo consentido
A quem coma do pão, beba do vinho…
Até ao fim do mundo hei-de ser eu
Quem foi verbo nas ondas, nas areias,
Na lava dos vulcões, no seu clamor,
Ou quem absurdamente pretendeu
Fazer desabrochar milhões de ideias
De um momento de raiva... ou puro amor…
Maria João Brito de Sousa - 21.04.2010 - 13.54h