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Abr10
IN EQUAÇÃO
Maria João Brito de Sousa
(IN)EQUAÇÃO
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Sou a soma de todos os momentos
Que passaram por mim sem me matar
Elevada à vontade de lutar
Do mais rudimentar dos elementos.
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Recuso a submissão aos tais lamentos
Que são, da poesia, o mais vulgar
E faço a divisão do que sobrar
Pelas parcelas nuas de argumentos
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Triângulo imperfeito, insubmissão
Na explosão da palavra aleatória
Em átomos que arranco ao que é comum,
*
Serei sempre a aberrante inequação
Da aritmética vã, contraditória,
Em que o poema e eu somos só um.
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Mª João Brito de Sousa
Abril, 2010
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