07
Abr10
PALAVRAS DAS MINHAS MÃOS
Maria João Brito de Sousa
Vieste tu, sarcástico e soturno,
Com essas mãos terrenas, maculadas,
Impor-me o teu amor de horas marcadas,
Claramente insolúvel e nocturno.
Não sei que madrugadas me chamavam,
Que, embora alvoroçada, desprezei
As tuas mãos terrenas e sem lei,
Mas sei que as minhas mãos se interrogavam;
Que lonjuras, que estradas lá virão?
Que abrigos, que caminhos, que desnortes
Te esperam nessas mãos que te procuram?
Eu escutei-as a elas, mas tu não…
E que me importa a mim que tu te importes
Se as palavras das mãos em mim perduram?
NA FOTO - Os meus cinco anos, na varanda da avó Maria Augusta, com a Nice.