18
Mar10
A UMA POMBA QUE TENTEI ENSINAR A VOAR
Maria João Brito de Sousa
Minha pobre avezinha... perdoaste
Este meu erro, assim, tão sem perdão?
Quis libertar-te e não te dei senão
Esse breve momento em que voaste
Por um instante, assim que te soltaste
Do estranho abrigo que era a minha mão
Embora nunca achasses salvação
No asfalto da estrada em que pousaste.
Pequena companheira de quem sou,
Nos bons e maus momentos desta vida,
Perdoa, por favor, quem te quis bem,
Perdoa, por favor, quem te cuidou
E te chorou na hora da partida
Como se fosse pomba ela também.
Maria João Brito de Sousa - 18.03.2010 - 14.41
À Hope, que partiu ontem à hora do almoço.