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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
14
Dez09

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA III

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

COMPOSIÇÃO FIGURATIVA LINEAR A PRETO E BRANCO

*

Trazia os olhos negros afundados

Em órbitas profundas como poços

E nos lábios carnudos, grandes, grossos,

Restos mortais de sorrisos negados.

 *

Alto, de ombros estreitos e curvados,

Parecia mais jovem que os mais moços

E, embora magrito e fraco de ossos,

Sobressaía dentre os encorpados.

 *

Uns jeans, uma t-shirt e um blusão,

Já sem sombra de cor por tanto uso

Recobriam-lhe o corpo há tanto tempo

 *

Quanto o tempo que dura uma ilusão.

Tinha o olhar perdido, algo confuso,

De quem personifica o desalento.

*

 

Maria João Brito de Sousa - Dezembro, 2009

 

 

 

COMPOSIÇÃO FIGURATIVA LINEAR A PRETO E BRANCO II

*

Não fora o choro triste, convulsivo,

Silente, por pudor, mas que me vem

Macular esta paz que me mantém

E que, serenamente, em mim cultivo,

*

 

Não foram essas lágrimas salgadas

E as mãos que se te crispam sobre o rosto,

Apontando, frontais, o teu desgosto,

Dir-te-ia entre as mais afortunadas

*

 

Mas oiço-te chorar. Um grito mudo

- um gemido, talvez… - mas, sobretudo,

A negação de um medo que é só teu

*

 

Não sei por que negar as evidências;

O medo morre face às transparências

Depois de se saber por que nasceu.

*

 

Maria João Brito de Sousa - 14.12.2009

 

 

 O MEU PINHEIRINHO LINDO

 

 

Procedo aos rituais do meu pinheiro;

Há bolinhas de cor, tantas luzinhas!

Há mil fitas douradas e estrelinhas

Que um dia me custaram bom dinheiro.

*

 

Mas, que importa? É Natal, celebração,

Tempo de partilhar, de ser feliz!

Eu continuo, como sempre fiz,

A ajeitar as bolinhas de algodão.

*

 

Faz frio lá fora. O vento zune e canta

Açoitando as vidraças, querendo entrar

Como se achasse poder ser bem-vindo

*

 

Vou buscar o aconchego de uma manta,

Abro a janela e acabo por notar

Que vem beijar o meu pinheiro lindo.

*

 

Maria João Brito de Sousa - 2009

 

 

 

 Imagem retirada da internet

 

3 comentários

  • Sem imagem de perfil

    vitor 14.12.2009

    ...Et voilá!...Maria joão,talvez tenha a mão de Deus nas suas poetices...mas também Ele se delicia com o que escreve!

    Bj*
  • Obrigada, Vítor! Tenho a certeza absoluta de que Ele gosta ou não me teria abençoado com este pequenino dom. Pecado? Pecado seria não o utilizar ao máximo! :) Não acredito que a Poesia possa ser inútil! Não acredito mesmo nada. É um trabalho como outro qualquer e, como todos os outros, tem a sua função social a cumprir.
    Um grande abraço!
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