02
Nov09
O LEITO FICCIONAL...
Maria João Brito de Sousa
Longínquo fado, o destes mansos dedos
Sobre essa aresta instável do sentir
Onde luto por dar - ou conseguir? -
Bem mais doces volúpias, sem folguedos...
Antecâmara alada do meu espanto
Que me devolve à vida e, no retorno,
Me oferece a nitidez de outro contorno
Depois de adormecido o breve encanto…
Não mais serei mulher… serei poeta!
Luzam-me os olhos de outras tentações
Enquanto as mãos se afogam nas palavras
E aspire unicamente à estranha meta
Que me desdobra em versos- sensações
Num leito ficcional de etéreas lavras!
Maria João Brito de Sousa – Maio 2009