UMA RUA QUE O NÃO É...
Eu moro numa rua que o não é...
Era uma vez... e a história vai crescendo
Nessa rua que o era nunca o sendo
E onde só pode entrar quem for a pé...
Cheira à terra onde crescem as palmeiras,
Onde as flores pequeninas, quase a medo,
Vêm contar-me, à noite, o seu segredo
Sobre as plantas maiores, mais altaneiras.
No passeio empedrado, uma formiga
Acrescenta ao encanto dessa rua
A sua persistência inabalável.
Num breve olhar não há ninguém que diga
Que há, por lá, quem ostente, de alma nua,
Aquilo que em si há de inevitável...
Escrito, agorinha mesmo, para
http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/ :)
NOTA - Fiz uma pequena alteração nos dois últimos versos da segunda estrofe, no sentido de manter o decassílabo heróico.