A FLORESTA
A FLORESTA
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Pintei numa floresta cogumelos
Sob árvores azuis, como Gauguin,
E adornei as neblinas da manhã
De violetas e de ocres muito belos
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Fui colorindo o fundo de amarelos,
Conversei com Diana, abracei Pã,
Comi o verde polme da maçã
E entrancei ramos de hera nos cabelos...
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Não houve nenhum sol, nenhuma lua
Que ousasse reclamar-me a sua posse,
Ou que reivindicasse o seu destino,
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Porque ela, omnipresente, agreste e nua,
De aspecto inacabado e sabor doce,
Nasceu-me de um soneto em desatino.
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Maria João Brito de Sousa
25.09.2009
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