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Set09
MONÓLOGO DO GATO VADIO
Maria João Brito de Sousa
Depois desta incerteza, que tristezas
Virão ainda perturbar-me o sono
Nas noites de luar deste abandono
Das caçadas e de outras incertezas?
Não quero os ideais de outras grandezas!
Repudio a ideia de ter dono
E só Deus, lá no alto, é meu patrono!
A Ele devo estes céus de horas acesas…
A Ele devo esta força que comanda,
A cada movimento, o meu caminho
E o pêlo de cetim com que me aqueço!
Por Ele esta existência, esta demanda
E a glória de reinar, sempre sozinho,
No espaço onde procrio e me abasteço!