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Jul09
OS FICCIONISTAS
Maria João Brito de Sousa
E eram estas mãos que mo pediam!
As mesmas mãos que um dia tanto deram,
As mesmissímas mãos que me perderam
E agora, envelhecidas, me doíam...
As mesmas mãos que à terra me prendiam
E que agarrada à vida me tiveram,
As mesmas mãos que me sobreviveram
E que agora, de mim, se despediam.
Mas são ainda mãos! Humanas mãos,
Benditas pela entrega tão total
Dessoutros mesmos dons que Deus lhes deu.
São elas que vos tocam, meus irmãos...
as mesmas que, não querendo fazer mal,
Vos falam do que nunca aconteceu.
Imagem retirada da internet