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Jul09
A TÔMBOLA INFINITA
Maria João Brito de Sousa
Ribombam os trovões, ruge Vulcano
E os mortais, na terra, vão gemendo,
Sucumbindo, de novo, ao deus horrendo
Que assim lhes infligia tanto dano.
Sobre o vulcão, aceso há mais de um ano,
Surge uma imensa nuvem, num crescendo.
Entre os que morrem e os que vão nascendo
Ergue-se, de repente, o ser humano.
O mesmo que dá vida, a vida tira,
Um que sufoca, o outro que respira…
Floresce a planta, eclode, incerto, o ovo.
Selvagem mundo agreste e compulsivo!
Selvagem mundo que me traz cativo
Na tômbola infinita do renovo!
Imagem retirada da internet