28
Mar09
SEM LUTOS
Maria João Brito de Sousa
Queria-se assim, tal qual, em transparências!
Queria-se mesmo assim, em desatino,
Sem raízes, sem pátria nem destino,
Coberto de ilusões, de incoerências.
Proclama-se justo entre inclemências
E supunha-se ascético ou divino...
Ingénuo, imprevisível, qual menino,
Ascendendo à mais nobre das essências.
Julgou-se, sempre, eterno e morreu novo,
Ignorando as calúnias do seu povo,
Desprezando os insultos. Impoluto!
Pensou ser emissário e não chegou
A divulgar os sonhos que sonhou
E ninguém o chorou ou fez o luto.