A TAREFA
Ali, aonde alcança o imaginário,
Sou senhora do tempo vertical.
Minha fé, de tão pura e tão leal
Lavrou-me neste corpo esse sudário.
Onde os demais alcançam, eu não sou
Mais do que um estro breve da loucura...
Assim se dita a sorte a quem procura
Aquilo que nem César alcançou...
O meu olhar vagueia pelo mundo
E ama e sofre e vê e é fecundo...
Do alto do meu templo de cristal,
Qual ampulheta que nunca se esgota,
Eu sou a desterrada a quem importa
A sorte dos que mais lhe fazem mal...
NOTA - Mais um soneto de "O Livro das Horas Convergentes", datado de 07.04.07, com ligeiras modificações para obter a correcção métrica.
NOTA II - À vossa espera, no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/
um desafio cansadíssimo, vindo do Free-Stile...