AINDA A ÁRVORE - No dia Mundial da Árvore e da Poesia
Ainda tu, serena condição,
De uma sagrada sede de harmonia:
É o sacrário, a hóstia, a homilia
E veste da sagrada comunhão.
Da verticalidade, a oração,
Percorre esse teu corpo em litania
E és quem dá o vinho e dá o pão
No culminar de cada eucaristia.
No instante em que Deus te desenhou
Os traços breves num fundo celeste,
Numa urgência da forma que sonhou,
Emudeceu um anjo que parou
Olhando a perfeição serena, agreste,
Verbo ideal do Deus que te criou...
NOTA - Soneto retirado do livrinho que registei na SPA, "O Livro das horas Convergentes - Trinta e Três Sonetos e Uma Estrada" e que contém os primeiros trinta e três sonetos que eu escrevi, durante o Período da Quaresma de 2007. Foram feitas pequenas modificações nalguns versos pois, sendo os meus primeiros sonetos, tinham algumas falhas métricas que eu não gostaria de ver publicadas no poetaporkedeusker.
A Árvore da fotografia, uma velha amiga da Alameda, foi derrubada em 2008. A minha homenagem a ela e a todas as árvores derrubadas deste planeta, neste Dia Mundial da Árvore e da Poesia... porque alguns poetas são como as árvores.