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poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.

Mar09

CAMINHADA (ainda online...)

Maria João Brito de Sousa

De súbito estremece e já não sabe

Se fez mal ou fez bem em desistir.

Irá aonde Deus lho permitir,

Até que estoutro tempo se lhe acabe.

De súbito não sabe se ali cabe,

Se o mundo que o rodeia irá servir...

Será, até à hora de partir,

O que o mundo deixar... conquanto aldrabe.

Será o que puder até poder,

Será até um dia já não ser,

O produto da sua caminhada.

Será enquanto Deus o entender

A soma das passadas que ali der

Até se descobrir noutra morada.

publicado às 20:16

60 comentários

manu 03.03.2009

Olá poetisa! Ainda não faz cinco meses que a conheci, ainda por aqui anda, e já tenho saudades suas. Quero que saiba que estou aqui para o que necessitar. Enviar-lhe-ei o meu contacto. Não hesite. O meu abraço solidário.
Maria João Brito de Sousa 03.03.2009

Obrigada, Manu. Nem eu sei comoainda por aqui ando...
Abraço grande.

linhaseletras 03.03.2009

Lindo este soneto, é um grito de alerta para esta incerteza destes dias difíceis que se avizinham, mas espero que algo aconteça de bom e isto não passe só de um pesadelo.
Um abraço
Maria João Brito de Sousa 03.03.2009

Esperemos que sim, minha amiga. Por enquanto estou com acesso... mas olhe que escrevi este soneto de forma mais ou menos subconsciente. Até agora nem tinha reparado que, de certa forma, se adecua à minha situação. Aquela parte da "aldrabice" refere-se, metaforicamente, aquelas pequenas concessões que acabamos sempre por ter de fazer e que fazem parte das estruturas sociais... devo estar muito palerma. Mais do que o habitual.
Abraço grande.

Porquê 04.03.2009

Deixar de ter alguém como esta poeta na blogosfera é de facto uma perda. Mas que faz esta senhora além de se lamentar?
Conhecia aqui na altura em que foi criado um movimento de apoio para a compra de um computador, que conseguiram e lhe foi oferecido, dai até ao presente, além de escrever e bem, (o mérito a quem de direito) apenas a vejo lamentar-se. Será que esta senhora já fêz alguma coisa para resolver o problema dela, ou será que gosta de viver da mendicidade. Não quer abdicar do computador (internet) não abdica do telemóvel, não abdica de recolher animais que dão muita despesa, como muitos sabemos, e continua a somar dividas com dividas, sem perspectivas de as conseguir pagar. Há um provérbio Chinês que muitos conhecemos ( não lhe deem o peixe mas ensinem a a pescar). Não pensem que a estão a ajudar pagando-lhe as dividas, porque elas nunca vão acabar. Ela até tem jeito para pintar, ofereçam-lhe tintas e ela que trabalhe. Desculpem a minha frontalidade mas sou anti mendicidade
Simbologia do aMoR 04.03.2009

Olá.

Porquê...
Desculpe a invasão, mas sinto-me na obrigação de responder a este comentário. Pois o motivo de pedido de ajuda foi meu e não da Maria. Portanto acredito que devo dizer algo sobre teu comentário. Infelizmente a situação de recolher animais das ruas não é só dela, acredito que há muitas pessoas que o fazem, principalmente as mais sensibilizadas com o "Ser Vivente", pois os animais também o são. Já tentou colocar-se no lugar de um cão que esteja passando fome, sede e frio? E ela não é culpada disso, mas provavelmente de um sistema político que não dá condições de amparar tais animais, como se eles também não sentisse o que relatei acima e os animais também não tem culpa. Isto porque estes políticos NUNCA passaram fome. Esta senhora que não a conheço, só virtualmente, tenta conseguir o que lhe é de direito por anos trabalhados, por um valor irrisório que se paga para quem tem problemas de saúde, onde também a saúde pública ainda falta qualidade em atender um Ser Humano e muitas vezes são atendidos pior que um animal. O motivo de estar dizendo isto é porque ainda há hospitais nesse país da Europa, onde para suturar o abdome de uma pessoa, usa-se um método muito antigo (o tal do clipe), que nem em animal ainda é usado.
Quanto abdicar de um telemóvel, por que não? Quando se é o meio de comunicação para uma emergência e quanta falta faz quando não se tem um! Ou quase não se encontra telefone público para um telefonema. Não sei se aí existe, mas "público só no nome" porque também tem de pagar.
Concordo contigo em ensinar a pescar e não dar o peixe.
Ou também posso fazer uma combinação com este termo usado pelo
Senhor ou Senhora e faço a seguinte pergunta:
Porquê entregar sabão para lavar a roupa suja quando o que se tem é estômago vazio. Não adianta lavar a roupa se é fome que se tem.
Parece-me que a poetiza Maria tem problemas de saúde, dificuldades de movimentos para pintar, quando e a hora que quiser. Também daria muitas tintas para pintar as telas. E quem as compra?
Há muitos artistas que só tiveram seus quadros vendidos e, por milhões, só depois de sua morte. Para que precisa "ensinar a pescar depois de morto"?
Também peço desculpa pela frontalidade, pois fui eu quem lhe ofereci a ajuda e deixar o comentário aberto a quem pudesse ajudá-la.
Portanto, neste caso não há mendicidade por parte dela e sim de minha pessoa. E não vejo como mendicância, mas como cooperação, união, solidariedade, etc., e se o mundo tivesse isto estaria bem melhor.
Certa vez um palestrante dizia que no mundo da competição sempre temos de correr mais porque senão os outros nos ultrapassam. Só sou a favor desta idéia em Jogos Competitivos (Jogos Olímpicos, etc.). Sou contra este pensamento de sempre querer ultrapassar ou trapacear. Há empresas que estão contratando pessoas onde o empregado saiba usar a criatividade e a cooperação. Quem não coopera está perdendo bons empregos e em empresas de grande porte. Não seria melhor dar as mãos a um (a) amigo (a) do que passar-lhe a rasteira para que ele não chegue a sua frente?

Ps. Desculpe a sinceridade.
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Pronto Re-nascer. Estou a abrir os comments a partir do correio e só agora vi esta tua resposta. Também eu já respondi. Respondi ao correr das teclas, dizendo aquilo que sentia, como é habitual em mim e em ti, também. É estranho que algumas pessoas vejam o poetaporkedeusker como um "muro de lamentações". Não o é e nunca o foi. É um blog dedicado ao soneto clássico que descreve, porque assim aconteceu, a minha vida pessoal e também outras pessoas que vou encontrando na vida real e na blogosfera.
Friso até que, muito ao contrário da grande maioria, sempre me assumi como uma pessoa feliz. Acontece é que as pessoas felizes também "têm lágrimas" e maus momentos. Se receberem mensalmente a infíma quantia que eu recebo, ´e evidente que erão momentos muito, muito difíceis. Alguém perguntou a um Van Gogh (e sim, eu sei que perguntaram) porque razão ele pintava? Ou a Paul Gauguin porque motivo abandonou uma vida ´muito abastada para se dedicar à pintura e à sua verdadeira razão de existir? Não estou, de forma nenhuma, a querr comparar-me, em termos de génio, a estes dois grandes pilares da arte mundial, mas penso que o importante é mesmo darmos o nosso melhor... e eles sabiam isso.
Abraço grande.
ligeirinha 04.03.2009

Porquê?
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Porquê, minha Ligeirinha?
Bjo.
porquê 04.03.2009

Cara re-nascer é engraçado que estou de acordo com uma grande parte do que diz,
protecção dos animais , sistema social, solidariedade, sociedade degradada etc. etc
Mas deixe que lhe diga que o sabão não entra bem na história, pois para que ter um computador ou dois telemóveis e andar na rua a recolher animais se o problema da Maria é fome, não é competição, é fome, e só se consegue resolver de duas maneiras ou através da mendicidade ou criando forma de auto sustento.
Será que é solidariedade dar um computador para estar ligado a net a uma pessoa que não tem forma de a pagar, será solidariedade apoiar alguem que tem dois telemóveis e que não tem forma de os pagar. será solidariedade apoiar a que alguém recolha animais se não tem dinheiro para ela própria se alimentar.
Isto é um blog público como tal sujeito a que pessoas como eu digam o que pensam e sente.
E peço desculpa a todos os (amigos ) da Maria
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Peço desculpa, Porquê. Não aceitarei mais nada de ninguém que não seja fruto do meu trabalho. A desculpa peço-a por estar a respnder a um comentário que me não e´dirigido. Não gosto da mendicidade na primeira pessoa, mas tenho-a como inevitável no sistema social em que vivemos e respeito os que são obrigados a recorrer a ela. Segundo pude constatar, ao longo destes meus 56 anos, mbora muits e aproveitem do"fenómeno mendicidade" e forma oportunista, a grande maioria fá-lo por impossibilidade de outras formas de vida. Claro que, tanto do ponto de vista físico como psicológico, não é fácil recuperar um sem-abrigo que tenha sobre si, as acas dealgus no de privação total de necessidades primárias. As experiências que vivemos deixam-nos profudas cicatrizes e condicionam, deforma quase indelével, o nosso comportamento futuro. Sei que posso, eventualmente, estar a falar com um psicólogo ou sociólogo que tenha a obrigação de saber muito mais disto do que eu... mas pronto. Só eu poderei dar a "minha" visão da vida e ela, segundo aquilo em que acredito, é tão válida quanto a sua.
Deixarei de tr internet quando ela for cortada, terei fome sempreque ela surja, mas serei feliz enquanto puder viver segundo aquilo em que acredito. E segundo aquilo que os meus limites físicos e psicológicos me permitem, embora "esticados" um pouco além dos limites razoáveis. Seria mais cómodo viver razoavelmente, concordo. Mas seria mais "útil"???
bichocareta 04.03.2009

Então? Mas o que é isto?
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Olá Bichocareta. Não sei. Não sei porque é que ainda estou online, não sei porque ´que há tantos comentários - tenho uma ideia vaga - nem sei porque é que alguns pensam que o poetaporkedeusker é um palco de lamentações...
Abraço.
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Olá Porquê. É isso mesmo. Escrevo bem, pinto, quando as forças físicas mo permitem e não me lamento: reporto. Descrevo, falo de. Não gosto da mendicidade nem posso abdicar dos telemóveis, embora quase não os use. Tenho um da TMN há muitos anos, com serviço Casa T móvel que me permite contacto com as pessoas que não têm PC - há muitas, muitas - e um velhíssimo da UZO que utilizo para contactar outras pessoas que não têm rede TMN. Os meus peixes são as palavras e a cana de pesca tem sido o PC e os caderninhos. Não me parece que me possa dar muitas lições sobre pesca... ou pensa que sim?
Não posso abdicar de tratar os animais que tenho. Não saberia viver comigo mesma e não gostaria mesmo nada de mim se os abandonasse. Se, ao contrário de mim, pensa que os seres vivos não-humanos são "coisas descartáveis", ao menos o facto de terem sido, quase tdos, uma "herança", um legado de morte da minha mãe, talvez o/a convençam um pouco mais. Ou nem isso? Se nem isso, então lamento muito. Por si.
Abraço.
PS- Também dou abraços.
porquê 04.03.2009

Poeta, Pintora, eu sei que o meu comentário não é do teu agrado mas deixa que te diga uma coisa.O que eu digo não faz de ti uma má pessoa, que eu sei que não o és, foi apenas minha intensão chamar-te a realidade da vida.
Lições de pesca e solidariedade discuto à vontade, enterrar a cabeça na areia não discuto porque não conheço
Abraços e beijos para ti que sei o que isso é.
Maria João Brito de Sousa 05.03.2009

Eu entendo, Porquê. Devo confessar que, ontem, ma senti um pouco aborrecida com esse comentário e com tudo o que ele acabou por gerar, mas hoje já não estou assim. Não sei quem esconde mais a cabeça na areia. Não sei se sou eu que "vejo" todos os seres vivos que sofrem, ao pé de mim, e que tento acudir-lhes e que consegui a ajuda de duas pessoas, duas senhoras, que vão contribuindo, embora modestamente, para o seu sustento, ou se são aqueles que passam, tão apressados com as suas tarefas, que os "não" vêm de todo. Ou mesmo aqueles que os abandonam quando verificam que "isto dá trabalho". Passo pela vida e vejo dezenas e dezenas de pessoas com a cabeça escondida na areia. Todos os dias as vejo e algumas imaginam-se excelentes pessoas. Projectam uma imagem de grande empenhamento social e humano e, no entanto, eu sinto que não vêm outras coisas que eu vejo. Provavelmente não passam fome nem nunca passaram. Equilibram-se muitíssimo bem no sistema, são admiradas, apoiadas, fazem-se ouvir... e, no entanto, eu vejo-as de cabeça enterrada na areia. Cada um de nós cumpre os seus papéis o melhor que pode, na melhor das hipóteses. Há papéis que nos dão grande protagonismo social e outros muito modestos, mas vamo-los cumprindo o melhor que sabemos e podemos. Alguns encontram forma de o fazer confortavelmente, outros apenas vão preenchendo as lacunas, de forma mais modesta e apagada, com fome... com vários tipos de fome, mas seguros de estarem a fazer aquilo que é necessário ser feito. Somos todos iguais e todos diferentes, amigo. Todos iguais e todos diferentes.
Abraço.
ligeirinha 04.03.2009

Porquê?
ligeirinha 04.03.2009

gostava que me contactasse.
inesbguimaraes@netcabo.pt
ligeirinha 04.03.2009

Não me mandou o seu mail!
porquê 04.03.2009

ligeirinha se alguém lhe mandou um mail deve estar lá quem foi :)
Carla Romão 05.03.2009

Ao Porquê,
Ena, então a solução para acabar com os problemas da Maria (ou serão os seus?), seria abdicar dos telemóveis, da internet, abandonar animais e pintar?
Presumo então que:
- vai comprar as telas da Maria?
- vai acolher os animais esfomeados que entretanto possam aparecer na rua dela (não vá ela os recolher)?
Entretanto, com o fruto do seu trabalho, pode ser que a Maria consiga manter a internet e os telemóveis e, até dar-lhe alguns conselhos, porque está a precisar. E essa necessidade de atenção é tão carente, que só a posso comparar a um pedido de esmola.
Pobreza de espírito também é pobreza!

rosafogo 04.03.2009

Passei para te ver
Já que a saudade é forte
Amanhã se Deus quiser
Encontrarás muita sorte.

Um abraço do tamanho do Mundo
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Olá Rosafogo. Ainda não é tempo de saudade. Ainda estou online, não sei como, mas estou.
Esta tarde tentarei fazer algumas visitas, se ainda tiver net. Agora tenho muitos comments por responder. Um beijinho.

M.Luísa Adães 04.03.2009

Mª. João

Lindo o teu soneto "Caminhada"

e assim será ,até ao dia em que encontremos a
última morada.

Beijos,

Maria Luísa
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Um beijo também para ti, Maria Luísa. Estou com muitos comentários e só abri dois ou três. Até já.

M.Luísa Adães 04.03.2009

"Porque"

Acho estranho que a pessoa que escreveu sobre mendicidade, não se identifique. Tentei conhecer o blogs, mas o nome não estava correcto.
Devia identificar-se e podia identificar-se,
foi uma opinião ... Porque não o fez ? Isso eu
não entendo e não abona muito a seu favor.

Maria Luísa Adães
M.Luísa Adães 04.03.2009

Desculpe , mas o nome é : "Porquê" só que não identifica o autor do escrito.

Maria Luísa Adães

Maria 04.03.2009

Minha querida João

Vejo que ainda aqui está e ainda bem e certamente vai estar muito tempo, pois Deus é Grande e Grande será para os que necessitam.

Bjs.
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Obrigada, minha querida Maria. Tenho mais três doentinhos. O Kico, a ET e a Minerva. Não é fácil aceitar assim tudo, ao mesmo tempo.
Abraço grande. Ficarei online enquanto puder.

Carla Romão 04.03.2009

Olá Linda!
Estive a ler o soneto das caravelas e é tão bonito...
Acho que viajei um pouco até aquele tempo.
Bravos e tão corajosos. Acho que a bravura e a coragem também se aprendem, mas as "verdadeiras" nascem connosco.
Não te preocupes com o monstrinho do cabo das tormentas, afinal até esse não existia.
Bjinhod
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Beijinhos. Tens razão. Ele até nem existia.

KI 04.03.2009

Lamento a morte da Lupa e os problemas porque está a passar. Acredito que com a atitude que sempre demonstrou tudo correrá da forma esperada.

Abraço.
Maria João Brito de Sousa 04.03.2009

Olá ki. A minha atitude é a de sempre, embora confesse que estou um pouco triste, neste momento. Abraço grande.

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