ESCOLHAS E... ESCOLHOS
ESCOLHAS
Ah! Não fora tão forte esta certeza
De ter ainda tanto por fazer,
Das coisas por sonhar, por aprender,
Talvez tivesse tempo pr`à tristeza...
Talvez não me sentasse em cada mesa
Só pr´a poder criar, poder `screver
(é por isto que nunca irei saber
se seria feliz tendo riqueza...)
Desfeita nas palavras sou feliz
Vivendo do que tenho e sempre quis,
Sendo, no fundo, aquilo que Deus quer...
Palavras, esses bens que não se esgotam,
Que, passando por muitos que as não notam,
É sempre a mim que acabam por escolher...
... E ESCOLHOS
Este ser-como-sou que aqui descrevo,
O ser, exactamente e tal e qual,
Aquilo que vos mostro em virtual,
Este sobreviver de estranho enlevo,
Todo este não-sei-quê se pinto ou escrevo,
Eu, este absurdo bicho, este animal,
Que está comigo e que quer ser igual,
É tudo o que vos pago, o que vos devo.
Fico, ás vezes, perdida no sentido...
Será que alguma vez terei mentido?
Mas não penso demais... antes sentir!
(tantas vezes c`os olhos tão vendados,
por versos "nunca dantes navegados"
e escolhos que eu não soube prevenir...)
Imagem retirada da internet