29
Jan08
A MASCARADA...
Maria João Brito de Sousa
A MASCARADA
*
Quis vestir-me de Gata Borralheira!
(prenunciava o nome o meu futuro)
Calcei sapatos do cristal mais puro
E ergui palácio e trono na lareira.
*
P`ra dar veracidade à brincadeira,
Vesti o meu vestido verde-escuro
E, não fora o sapato ser tão duro,
Durar-me-ia o jogo a tarde inteira,
*
Mas... racha-se o botim, quebra o cristal,
Fica o pé a sangrar e dói-me tanto...
A criada, no auge da aflição,
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Tentando reparar tão grande mal,
Consegue-me acordar do estranho encanto
Porque em vez de acudir-me... varre o chão!
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Maria João Brito de Sousa - 29.01.2008 16.47h