SOBRE A NUDEZ CRUA DO PECADO...
Sobra-me de alma e falta-me saúde...
São coisas desta idade indefinida,
Quando se passa além da meia-vida
E não mais a pujança nos ilude...
São coisas que, pensadas amiúde,
Vos falam da Mulher-Interrompida,
Da que voltou por si (ou foi trazida...)
De um outro espaço doutra latitude...
Sobra-me um somatório de ilusões,
De rastos-de-cometa, sensações
De algo que se passou sem ter passado.
Sobram-me, de mim mesma, mil pedaços
Que transformei em manchas e em traços
Sobre a crua nudez do meu pecado.
Imagem retirada da internet
Pormenor de: "Sobre a nudez crua da Verdade, o manto diáfano da Fantasia"
Estátua de Mestre Teixeira Lopes, representando Eça de Queiroz estendendo sobre a Verdade o ténue manto da Fantasia.