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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
11
Out25

GENETICAMENTE INSPIRADO - Reedição

Maria João Brito de Sousa

geneticamente inspirado (1).png

GENETICAMENTE INSPIRADO
*


Vou pincelando, a ocres e vermelhos,

Este soneto oval que me fascina

E iludo os meus anseios de menina

Nesta ressurreição de cacos velhos
*

Desminto a evidência dos espelhos!

Deste enlevo renasço, pequenina,

Crescem-me asinhas de feição divina

E fico invulnerável a conselhos
*

Engendro, moldo e pinto a "obra-prima"

Que vou solicitando aos meus sentidos

Sem que me sinta, nunca, arrependida
*

Porque, a cada segundo, o que me anima

É toda a profusão de coloridos

Que há nesta sensação de criar vida!
*


Maria João Brito de Sousa

31.01.2008 - 10.15h
***

 

In Poeta Porque Deus Quer, Autores Editora, 2009

*

Imagem processada pelo ChatGPT

que, desta vez, nem a meu pedido

conseguiu completar a asinha direita da pequena pintora

***

Nota - Este soneto foi ligeiramente modificado para a reedição

no Blog

***

10
Out25

SONETO/MISSIVA A ANTERO DE QUENTAL

Maria João Brito de Sousa

Eu, fotografada por Luísa Ribeiro (1).jpg

Eu, fotografada por Luísa Ribeiro

*

NA MÃO DE DEUS
*


Na mão de Deus, na sua mão direita,

Descansou afinal meu coração.

Do palácio encantado da Ilusão

Desci a passo e passo a escada estreita.
*


Como as flores mortais, com que se enfeita

A ignorância infantil, despojo vão,

Depus do Ideal e da Paixão

A forma transitória e imperfeita.
*


Como criança, em lôbrega jornada,

Que a mãe leva no colo agasalhada

E atravessa, sorrindo vagamente,
*


Selvas, mares, areias do deserto…

Dorme o teu sono, coração liberto,

Dorme na mão de Deus eternamente!
*

 

Antero de Quental

In Sonetos Completos de Antero de Quental - Pensador
*


 SONETO/MISSIVA

A

ANTERO DE QUENTAL
*


Lá nesse não sei onde onde repousas

Todo cinzas e pó mas livre enfim,

Não saberás quão vivas trago em mim

As palavras que, morto, já não ousas
*


Passam-se os anos, surgem sobre lousas

Gravados novos nomes num jardim,

Inda que nem pra todos seja assim

E só alguns aspirem a tais cousas...
*


Tu, é na mão de Deus que enfim descansas,

Eu, que te lia quando usava tranças,

Escrevo-te agora, neste fim de vida
*


E em verdade te digo, companheiro:

Revirei, pedra a pedra, o mundo inteiro

E a nenhum deus achei de mão estendida.
*

 

Mª João Brito de Sousa

10.10.2025
***

 

 

 

 

 

 

09
Out25

RABISCO

Maria João Brito de Sousa

Rabisco imagem (1).png

RABISCO
*


Neste Outono que manso avança ainda

Busco-me e não me encontro. Onde estarás

Meu cavalo-de-fogo? E vou atrás,

Vou sempre atrás de quanto não`prescinda
*


Pra prolongar, bem sei, a busca infinda

Que comigo nasceu. E tanto faz

Que de alcançá-lo seja, ou não, capaz:

A busca, por si mesma, é já bem-vinda!
*


Vislumbro um vago rasto de poeira?

Talvez seja o cavalo que me escapa

Ou o prenúncio de uma outra cegueira...
*


De olhos perdidos num pretenso mapa

Sou como o bico de uma lapiseira

Que em branco deixa o livro e risca a capa.
*


Mª João Brito de Sousa

09.10.2025
***

 

Imagem processada pelo ChatGPT

***

 

 

 

08
Out25

CANDEIA ACESA

Maria João Brito de Sousa

candeia acesa 2 (1).png

CANDEIA ACESA
*


Se o mundo do presente houver futuro

E a Paz vencer a Guerra, essa doença

Que de tão poucos vai sendo pertença

E a todos ameaça, não vos juro,
*


Mas eu creio num mundo bem mais puro,

Caso a Paz, por que anseio, a Guerra vença...

Bendito seja o que partilha a crença

De um futuro mais justo e mais seguro!
*


Por mais difícil que isso possa ser,

Impossível não é, tenho a certeza,

Cantar a Paz até a Paz vencer
*


E mantê-la depois, candeia acesa

Iluminando tudo o que vier

Pra que possamos ver com mais clareza.
*


Mª João Brito de Sousa

08.10.2025 - 2015
***

 

Imagem processada pelo ChatGPT

07
Out25

RISO E CHORO

Maria João Brito de Sousa

riso e dor (2).png

Voltei, ainda que sem tempo e, muito provavelmente, só para vos deixar um poema meio maluco...

Tenho saudades de todos vós e esta é a mais pura das verdades. Ainda que não possa visitar-vos hoje, nem amanhã que é dia de consultas, querem ter a bondade de vir aqui comigo?

                                                             Abraços para todos!

01
Ago25

MUNDO III

Maria João Brito de Sousa

mundo 3.png

imagem processada pelo ChatGPT

*

MUNDO III
*


Amo imperfeitamente este esférico amor

Que agora olho com dor e a ânsia emergente

De ser não mais que gente e ousar esforço e suor

Para o tornar melhor, que o melhor quer-se urgente...
*


Falo, naturalmente, embora com rigor

Do mundo em meu redor. E atrás e à frente...

Será conveniente usar restaurador

Pra lhe dar brilho e cor quando ele assim, doente
*


Ao rodar se apresente um tanto agoniado,

Tonto e angustiado ao ver-se do avesso?

Ao "contrário", confesso achar exagerado
*


Mas posso estar errado e não haver excesso

No singular processo em que, invertido o estado,

O pino faz, coitado, o mundo que conheço.
*


Mª João Brito de Sousa

01.08. 2925 - 10.40h
***
Soneto em verso alexandrino com rima entrançada

31
Jul25

SE O CHICOTE DO RAIO ME ILUMINA - Reedição

Maria João Brito de Sousa

se o chicote do raio me ilumina (1).png

Imagem gerada pelo ChatCPT

*

SE O CHICOTE DO RAIO ME ILUMINA
*


Se hoje escrevo com alma de trovão

E o chicote do raio me ilumina,

São as minhas memórias de menina

Que, debruçadas no meu coração,
*


Me acendem, das razões que há na razão,

A improvável vela que, à bolina,

Singra agora, indomável peregrina

Dos ventos fortes, rumo ao furacão
*


Lembras-te, avô poeta, desses dias

Das grandes chuvas e de ventanias

Que saudávamos sempre fascinados?
*


Das vergastas de luz que ribombavam,

Colorindo as rajadas que sopravam

Nos nossos rostos mudos, assombrados?
*


© Maria João Brito de Sousa

Julho, 2020

(no dia a seguir à grande trovoada de Verão)

29
Jul25

NINGUÉM PASSA NA ALAMEDA - Reedição

Maria João Brito de Sousa

a walk in a book pint. copy (1).jpg

Imagem Pinterest

*

NINGUÉM PASSA NA ALAMEDA
*


Silenciada esquina, eterno vento,

Ninguém cruza a alameda, ninguém passa,

Apenas uma pomba que esvoaça

Lhe imprime alguma vida e movimento.
*


Um homem sobe agora, sonolento,

Os degraus com que a escada me ameaça:

Caí na escadaria da desgraça

E, devendo arriscar, nem mesmo o tento!
*


Sopra o vento. Mais zune e mais fustiga

As casas desta esquina de que é dono...

Por detrás da vidraça que me abriga
*


O bocejo das pedras faz-me sono,

Induz-me esta dormência que me intriga

Tanto ou mais do que a rua, ao abandono.
*

 

Maria João Brito de Sousa

22.07.2018 – 11.11h
***

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