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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
21
Set09

BOM DIA!

Maria João Brito de Sousa

 solnascente.jpg image by jans2crys

 

Bom dia para ti, que me vais ler!

Não sei que horas serão neste momento,

Se o Sol, lá fora, brilha, se faz vento,

Se o céu cumpre a promessa de chover,

 

Se a Lua se deitou, sempre a esconder

O seu lado invisível, se, ao momento,

Ousou tapar com nuvens que eu invento,

O brilho do que está pr`acontecer…

 

Desejo, para ti, boa leitura,

Um instante de paz, de reflexão,

Um sorriso, talvez… sabe-se lá!?

 

O instante de um sorriso, é quanto dura

Este rasto, esta estranha sensação

De, mesmo estando só, ter-te por cá…

 

 

Maria João Brito de  Sousa - 21.09.2009 - 10.45h

 

 

 

 

 

18
Set09

A BONECA QUE TINHA DUAS TRANÇAS E FAZIA CHICHI...

Maria João Brito de Sousa

Boneca de tranças.jpg

 

 

Ei-la que chora e ri... parece humana!

E veste um vestidinho de algodão...

Cuidado! Não vás tu deitar ao chão,

A bonequinha nova  da Joana…

 

O melhor é pousá-la ali, na cama,

Não vá vir, de repente, a tentação

E a boneca, ao passar de mão em mão,

Estragar-se, ou demanchar-se! Ouviste-me, Ana?

 

Ó Ana! Larga já essa boneca!

Já lhe partiste um braço?! Eu logo vi!

És mesmo a mais teimosa das crianças!

 

Puxa que puxa… agora está careca,

Perdeu as tranças e nem faz chichi,

Quando a graça lhe vinha era das tranças...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 18.09.2009 - 12.16h

 

 

 

 

 

IMPORTANTE - Peço, mais uma vez desculpa à Fábrica de Histórias ( a toda ela! :) mas não me foi possível terminar, a tempo, o texto desta semana.

 

Até à próxima segunda feira  e um bom fim-de-semana para todos vós.

14
Set09

GAIVOTAS NA PRAIA

Maria João Brito de Sousa

Gaivotas numa praia, quais sereias,

Criaturas de Deus na Criação…

Olhar uma gaivota é condição

De vislumbrar, do mundo, as panaceias.

 

Deixai-as passear sobre as areias!

Deixai-as ser gaivotas, como são,

Pois têm, como nós, sua função

Nesta poalha cósmica de ideias!

 

Equilibra-se o mundo de tal forma

Tudo está de tal forma interligado

Que cada passo em falso pode ser

 

A gota de água a mais que o caldo entorna.

Gaivotas numa praia. Um mundo alado

Em vias de acabar por se perder…

 

 

Maria João Brito de Sousa - 14.09.2009 - 11.36h

 

 

03
Set09

O TAL RAMINHO

Maria João Brito de Sousa

Tu sabes lá dos dias que passaram

Sobre aquele outro dia em que eu chorei,

Ou mesmo dos mil sonhos que sonhei

E que outros, como tu, nunca sonharam...

 

Saberás quantos anos se somaram

Às mil horas reais, se nem eu sei

Se alguma vez soubeste o quanto amei,

Nem quantos me disseram que me amaram?

 

Agora, se te lembro, é de fugida,

Como a ave que pára por momentos

Num ramo que encontrasse no caminho

 

E logo voa rumo à sua vida

Sem demorar-se, sem ressentimentos

E sem mais se lembrar do tal raminho…

 

 

Maria João Brito de Sousa - 23.09.2009 - 17.04h

 

 

 Foto tirada com a Webcam do 2008 e, após grandes malabarismos informáticos, trazida para o poetaporkedeusker.

02
Set09

O IMORTAL

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Julgava-se imortal. Mesmo imortal.

Isento das noções de “mal” ou “bem”,

Dependente de nada e de ninguém,

Um ser dif`rente, muito embora igual.

 

Jamais aceitou ser um animal.

Julgou ser mais e ninguém soube quem

O ensinou a “ser” ou se houve alguém

Que decretou, enfim, o seu final…

 

Morreu há muito tempo. Agora jaz

Num qualquer cemitério, transmutado

No húmus do que em si nunca aceitou.

 

Pobre imortal que assim alcança a paz

Na negação do próprio enunciado

Com o qual definiu o que o negou…

 

Imagem retirada da internet

27
Ago09

AS MÃOS DO VELHO POETA

Maria João Brito de Sousa

 

 

mos-velhas-e-rvore-velha-34122378.jpg

 

 

 

Nessas mãos intocadas, intocáveis,

Retalhadas por longos sulcos fundos,

Desenham-se as promessas de mil mundos

Sobre a ausência de afectos mais duráveis.

 

Há medos, nessas mãos, há insondáveis

Abismos que prometem ser profundos,

Segredos dos mais duros, mas fecundos

Projectos, ambições, sonhos prováveis...

 

São essas mesmas mãos, assim magoadas,

Tão cobertas de rugas e memórias,

De tudo tão vazias, `stando cheias,

 

Que se erguerão, embora decepadas,

Para se revelarem nas mil glórias

Das mais surpreendentes epopeias…

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa, 2.08.2009 - 14.08h

 

(reformulado - Setembro, 2016)

 

Imagem retirada da internet

26
Ago09

O REALIZADOR

Maria João Brito de Sousa

Olha o comboio-das-desilusões!

Vai agora a passar à nossa porta…

Pode descarrilar… a linha é torta

E as carruagens vão aos abanões…

 

É desastre eminente! As aflições

Daquela pobre gente meia-morta!

Não gosto dessa imagem! Corta! Corta!

É melhor esvaziar já os vagões!

 

Vai filmando o comboio-de-ideais

Que passou mesmo agora e não parou.

Olha! Não estás a ver? Ali ao fundo…

 

Mas, se ainda o não vês… não filmes mais!

O primeiro `inda não descarrilou

Nas retorcidas linhas deste mundo…

 

 

Imagem retirada da internet

21
Ago09

O AMOR FILOSOFADO...

Maria João Brito de Sousa

Ó louco, absurdo, obsceno, insano amor

Que nem sequer amor chegou a ser,

Mas que se fez cumprir no renascer

Dum tão precocemente imenso ardor.

 

Ah! Quantas ilusões e quanta cor,

E quanto acreditar, quanto não ver

Que já está condenado, irá morrer

Nos últimos alvores da nossa dor.

 

[Schopenauer escreveu – e muito bem –

Sobre este estranho amor inevitável

Tão típico de nós e tão comum

 

Que ao condenar-nos tanto nos convém.

Paradoxos da vida! … O improvável

É passar pela vida sem nenhum…]

 

 

Imagem retirada da internet

 

 

COMETAS

 

"Quando os aerólitos formam um grupo, vivendo em sociedade, constituem a parte principal de um cometa. O núcleo, ou seja, a parte central mais brilhante da cabeça do astro, é formado por milhões de aerólitos viajando agrupados."

 

In "Viagens Maravilhosas às Terras do Céu" de César dos Santos.

 

Lisboa, 1950

14
Ago09

SLEEPING BEAUTY

Maria João Brito de Sousa

 

Apeteceu-me agora um malmequer,

Um raio de luar, um céu estrelado,

Um castelo de luz, imaculado,

E um vestido de rendas…de aluguer.

 

Apeteceu-me agora ser mulher,

Suspirar pelo príncipe encantado

Que vem buscar-me num cavalo alado…

Apeteceu-me ser outra qualquer!

 

Para mim, que me sei como me sou,

Antes um sapo numa poça de água,

Antes uma casinha de madeira!

 

Umas calças de ganga e já cá estou!

Não há sonhos reais e nem a mágoa

Fará de mim princesa e prisioneira!

 

Imagem retirada da internet 

 

 

12
Ago09

SEGREDOS E TRANSPARÊNCIAS

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Esconde-se, desvelada em mil segredos…

Depois, se a lua-cheia a vem beijar,

Revela-se no céu, põe-se a brilhar,

Livre dos infundados, loucos medos.

 

Tento agarrá-la, então, entre os meus dedos

E ela foge de mim, sempre a brincar

Por entre os brancos raios de luar,

Por cima do mar bravo e dos rochedos…

 

Ninguém jamais a viu, ninguém a teve,

Ninguém sabe dizer de que cor é,

Qual é a sua forma, o que contém…

 

Passa por mim e eu quero que me leve

Até ao limiar da minha fé

E ainda, depois disso, um pouco além!

 

 

Imagem retirada da internet

11
Ago09

VIAGEM DE UM NÁUFRAGO ENLUTADO

Maria João Brito de Sousa

 

Luar de Lua-nova em que descansa

Um homem que perdeu sonhos de mundo.

Debruçou-se e caiu. Lá foi ao fundo

Sem ter vara de pesca, rede ou lança.

 

Foi girando em espiral. Que estranha dança

Dançou ao mergulhar no mar profundo!

Não sabia estar sujo e estava imundo,

Coberto de desonra e de abastança.

 

Depois sentiu-se bem, ficou lavado

De impurezas reais e do pecado

De ter sido banal, inútil, bruto.

 

Eternidades mil terão passado

E esse homem voltou muito mudado,

Despido do seu estranho, obsceno luto.

*

 

Maria João Brito de Sousa - Agosto, 2009

 

10
Ago09

DESPEDIDA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Homem que dedicaste a vida inteira

Ao sorriso, ao sabor da gargalhada,

Recebe esta homenagem declamada

Que aqui te deixo, à hora derradeira.

 

Foi rica, a tua humana sementeira!

Se contigo não levas mesmo nada

Serás mais rico. Foi-te consagrada

A honra mais sublime e verdadeira…  

 

Jamais te esquecerão! Jamais serás

Uma coisa passada e já sem uso

Que alguém possa dizer que não faz falta.

 

Que Deus te tenha agora em sua paz!

P`ra ti estas palavras que conduzo

Entre os mais que te viram na Ribalta…

 

 

 

Imagem retirada da internet

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