Maria João Brito de Sousa
SONHO ADIADO
Sonhei quando dormia um sonho lindo Sonhei que havia paz, findara a guerra Que todas as crianças estavam sorrindo Sonhei não haver fome aqui na terra
Sonhei que todos estavam construindo Tudo que de melhor a vida encerra Que os idosos viviam lá sorrindo Que havia protecção até pra serra
Que os rios tinham água sem sujeira Que não havia ao povo roubalheira Que pra todos havia um ordenado
Que todos tinham casa, tinham pão Sonhei que não havia exploração Porém, somente foi sonho adiado
MEA 18/11/2016
(R)EVOLUÇÃO
"Sonhei quando dormia um sonho lindo"
Que podia tornar-se bem real
Se acordassem os muitos que, dormindo,
Não têm, nem sonhando, um sonho igual;
"Sonhei que todos estavam construindo"
As bases de uma paz universal
E que o novo edifício ia subindo,
Crescendo sem parar, na vertical,
"Que os rios tinham água sem sujeira",
Que os céus sorriam, livres da poeira
Das cinzas de uma Terra incendiada,
"Que todos tinham casa e tinham pão"
E se cumpria, na (r)evolução,
Em pleno, a humana espécie, humanizada!
Maria João Brito de Sousa - 18.11.2016 - 18.19h
(Imagem retirada do Google)
publicado às 13:01
Maria João Brito de Sousa
Relembro as velhas asas que não uso
Sobrevoando os medos que não tenho
Nesse eixo imaginário em que desenho
Rotas possíveis para o que eu recuso
E, de asas presas, no sonho difuso
Em que penso subir, mas me detenho,
Das amarras me solto, se as desdenho
E admito que voar seria abuso,
Pois quanto mais voar, mais vou rasando
Um chão que me captura, aprisionando
A terra em que me sou - sem nunca o ser... -
E tão mais alto irei, quão mais voando
Decida, lá do alto, ir mergulhando
No vasto mar que um sonho irá tecer…
Maria João Brito de Sousa – 05.01.2012 -13.13h
publicado às 13:36
Maria João Brito de Sousa
Um castelo de nadas, feito á pressa,
Um bocejo a calar o que se diz,
A comichão na ponta do nariz,
Eis a noite de sono que começa…
Uma breve oração, uma promessa
De tentar ir além, ser mais feliz,
Um não-ligar ao que em nós contradiz
O que se foi juntando, peça a peça…
Um sonho, um nada em forma de castelo
A pairar sobre mim que estou a vê-lo
Como se construído além-vontade…
Ali, aonde um nada se faz tudo,
Aonde morro e, lúcida, me iludo
Em aproximações de eternidade…
Imagem retirada da internet
publicado às 17:10
Maria João Brito de Sousa
Repara; eu sonho sonhos! Tu nem sonhas
Quantos mil sonhos há para sonhar!
Tenho asas, meu amor, sou de luar,
Aspiro a primaveras mais risonhas!
Se acaso me perder nas madrugadas,
Se este céu me fugir, se me esquecer
Das mil coisas que, então, quero fazer
Ao longo das manhãs imaculadas,
Terei talvez errado o meu caminho
Mas nunca aceitarei ter estado errada
No que tão loucamente procurei...
Percorri céu e mar buscando um ninho,
Semeei mil palavras sem ter nada
Senão estas mãos cheias do que dei!
Imagem retirada da internet
publicado às 16:13
Maria João Brito de Sousa
SEREI POETA!
Ó mundo, serei sempre o que eu quiser!
Serei como souber, seja o que for,
Enquanto me não chega essoutra dor
Que me há-de vir buscar quando eu morrer.
Sei que serei tão "eu" quanto puder,
Que me não pintarão de alheia cor,
Que em tudo o que fizer porei amor,
Que sempre serei mais, sendo mulher.
Sou espectro de mim mesma em disfunção
Cumprindo a minha humana condição
Embora insatisfeita ou incompleta...
Escreverei, do passado, o amanhã
Da mãe Eva a sonhar com a maçã
E irei muito além! Serei poeta!
*
Maria João Brito de Sousa - 31.03.2010 - 10.10h
Imagem retirada da internet
publicado às 10:10
Maria João Brito de Sousa
Pôs o Acaso um Génio à minha porta
Que disse: - Abracadabra! e se esgotou,
Um lápis-de-condão (que se quebrou...)
E um sonho a fumegar numa retorta,
Uma varinha-mágica tão torta
Que caiu e não mais se levantou,
Um baralho de cartas de Tarot
Que eu nunca quis lançar... e quem se importa?
Tanta ilusão havia (eu bem me lembro!)
Nesse sonho irreal com que pretendo
Abrir as portas ao imaginário,
Tanta coisa incomum, tal fantasia,
Que nem sei se foi sonho ou foi magia,
Se sim, se não, se antes pelo contrário...
Imagem retirada da internet
publicado às 13:45