Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
03
Ago18

BANDEIRA DE CORSÁRIO

Maria João Brito de Sousa

Bandeira de Corsário.jpg

 

BANDEIRA DE CORSÁRIO





*

À nuvem que crescia, ordenei: - Gela!

E a nuvem estremeceu, mas não gelou.

Quis pintar qualquer coisa e gritei: - Tela!

Mas ela, surda, nem sequer escutou.

*

 

Restava-me a memória, esta sequela

De um sonho (in)conquistado que passou,

Escondida onde nem eu dava por ela,

Murchando à sombra desta que hoje sou.

*

 

Escrava da minha própria liberdade,

Jamais o burburinho da cidade

Me arrancaria às ondas do estuário.

*

 

Sobre o convés do galeão que piso,

Disparo cem canhões, sem pré-aviso,

E desfraldo a bandeira de corsário.

*

 



Maria João Brito de Sousa – 19.07.2018 – 17.15h





 

05
Jun15

ESTE MEU MAR II

Maria João Brito de Sousa

dsc06097.jpg

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

Ó vagas do meu mar, loucas marés
que ao longo de uma vida me perderam,
ó jangadas de espuma, ó vãs galés
de uns sonhos que em poema aconteceram,

 

Não sei se ainda estou sobre os meus pés
se vos evoco e lembro que estiveram
ao leme desta barca, ou no convés
de um sonho que bem poucos conheceram

 

Mas, livre ou brutalmente aprisionada,
o amanhã que o diga. Eu calo agora
por hoje, ou para sempre, a voz magoada

 

Que me comanda a vida a toda a hora
e a cada instante insiste em ser cantada,
mesmo quando empurrada borda fora...

 

 

Maria João Brito de Sousa – 05.06.1015 -16.16h

 

Imagem retirada do Google

 

19
Jun14

HAVIA UM MAR II

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

 

Existe ainda um mar que, em tempo incerto,

Transpondo quanto dique eu lhe impuser,

Me galvaniza e vai, sempre a crescer

Por dentro de mim mesma, a descoberto,

 

Submergindo o que exista lá por perto,

Subindo o que é suposto, em mim, descer

Nessa vaga incontida do meu ser

Que, ao quebrar, se transforma em livro aberto.

 

Mole infinita de ondas e marés

Nas quais, liberta a escrava das galés,

Vaga a vaga, me afundo em vaga alheia

 

De um mar que podes ser, que também és,

Se à praia desces e, molhando os pés,

A espuma ascende em nós, galgando a areia.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.04.2011- 09.16

 

NOTA DA AUTORA - Soneto em decassílabo heróico, trabalhado a partir do soneto original “Havia um Mar”, in PEQUENAS UTOPIAS -  

CORPOS EDITORA, Maio de 2012.

 

 

 

01
Abr11

HAVIA UM MAR...

Maria João Brito de Sousa

Bugio.jpg

 

 

Havia um mar algures, num tempo incerto,

Gerando a vertical deste meu querer…

Mar galvanizador, sempre a crescer

Por dentro de mim mesma, a descoberto,

 

Galgando quanto havia ali por perto,

Subindo mesmo o que era pr`a descer,

Um mar em mim, essência do meu ser

Transformada, que foi, em livro aberto...

 

Genuíno mar com ondas e marés

Em que liberto a escrava das galés

E onde me encontro, sempre em maré cheia,

 

Com esse mar que, às vezes, também és

Sempre que desço pr´a molhar os pés

Num mar, algures em nós, galgando a areia.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.04.2011- 09.16h

15
Jun10

A CRIAÇÃO DO MAR II - Eros/Tanathos

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

  

Não semeaste Tu, nas ondas bravas,

A espuma de corcéis jamais domados?

Dos profundos abismos que criavas

Erguiam-se eles, depois, espumando irados…

 

E nesse imenso sonho em que moldavas

No futuro os penhascos planejados,

Que imensa força em Ti mesmo encontravas

Nesse acto de engendrar os  incriados?

 

Depois, desses corcéis de branca espuma

Que galgavam planícies infindáveis,

Eclodiria a vida primitiva

 

Que se acrescentaria e que, uma a uma,

Conquistando os vazios mais improváveis,

Morreria tão só pr`a ficar viva…

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 14.06.2010 – 23.28

 

 

 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

 

09
Jun10

O MILAGRE DO MAR INTERIOR

Maria João Brito de Sousa

 

E que me interessa a mim ir ver o mar

Se tenho um outro mar dentro de mim

Nas altas ondas que hei-de conquistar

Antes que o meu mar seque e chegue ao fim?

 

 Não penses que me podes encantar

Com líquidas promessas de delfim…

Aquilo que me importa é navegar

E eu só sei navegar se for assim…

 

Por minutos, por horas [ eu sei lá…],

Posso dar-te atenção. Tento ajudar-te

Mais, talvez, do que tu possas fazê-lo.

 

Depois, é no casulo que se dá

O milagre do mar… tudo isto é Arte

E é neste mar que a Arte sabe sê-lo…

 

 

Maria João Brito de Sousa – 07.06.2010 – 19.17h

 

 

Imagem retirada da internet

03
Ago09

IMAGINÁRIOS

Maria João Brito de Sousa

 

 

Saberás do vento que sopra na areia?

Sabes do calor nessas rochas salgadas

Que, apesar de tudo, vão sendo habitadas?

Já viste as mudanças quando há lua cheia?

 

Já viste tritões? Conheceste a sereia

 

Que chama por ti, dessas grutas sagradas,

Nos dias incertos, às horas marcadas,

Que o tempo decreta e o acaso norteia?

 

Já te imaginaste dif`rente e, contudo,

 

Igual a ti mesmo nos sonhos que inventas,

Se a tanto chegaste por tua vontade

 

Ou és indif´rente, dizes: - Eu não mudo!,

 

Não sabes voar, nada vês ou nem tentas

Saber até onde chega a liberdade?

 

 

 

NOTA – Soneto Alexandrino

 

 

 

 

 

29
Jun09

ESTE MEU MAR

Maria João Brito de Sousa

 

images (26).jpg

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

O mar de que vos falo é todo meu,

Nasceu dentro de mim em tempos idos

E foi-se acrescentando aos meus sentidos

Nesse excesso de mar que em mim cresceu

 

E me fez mar, nos sonhos concebidos

Por vontade de um sonho onde nasceu...

Se, acaso, esta ilação vos ofendeu

E, nisto, vos sentis desiludidos,

 

Pedi ao mesmo mar que vos falou

Da estranha descrição que, em vós, teceu

Que deixe de gritar-vos aos ouvidos

 

Das praias e rochedos que galgou

Nas marés em que a vida vos perdeu

Em paixões de tamanhos desmedidos...

 

 

Maria João Brito de Sousa – 29.06.2009

 

 

NOTA - Soneto (mal) reformulado a 05.06.2014

 

 

22
Jun09

A CRIAÇÃO DO MAR - O Mar Na Minha Mão

Maria João Brito de Sousa

 

O MAR NA MINHA MÃO
*


Muitas vezes não sei o que dizer

Sobre um mar tão imenso, tão profundo,

Que reina sobre nós e sobre o mundo...

Eu, que não sou ninguém, que hei-de fazer?
*

Como posso pensar em descrever

Um mar a que não sei medir o fundo?

Imaginar que vós, a quem infundo

Tais dúvidas, houvesseis de o saber...
*

Explicar uma tão grande imensidão,

O azul intenso, as ondas quais capelas,

As marés e os mistérios que são seus,
*

É ter o próprio mar na minha mão

E voltar a singrá-lo em caravelas;

Não é crer-me poeta, é crer-me Deus...
*


Maria João Brito de Sousa - 22.06.2009

 

IMPORTANTE- Dêem um pulinho

ao http://linhaseletras.blogs.sapo.pt/104633.html !

Nasceu um novo livro escrito por uma poetisa alentejana, a nossa amiga IDALINA PATA!

04
Abr09

MAR NOSSO

Maria João Brito de Sousa

 

MAR NOSSO

*

Esgotei o mar no mar dos meus sonetos

(ou esgotou-me ele a mim, é o mais certo…)

O mar, lá longe… e fica aqui tão perto

O mais secreto mar dentre os secretos...

 

Esgotou-se o mar em mim… só os desertos

De ondas de areia em estranho desconcerto

Parecem estar em mim que sei, decerto,

As rotas de outros mares e de outros medos.

 

E, no entanto, é mar e será mar

O sangue que me corre nestas veias

Enquanto o tempo o deixa em mim correr.

 

E, entretanto, eu calo o meu cantar

E escuto, ao longe, o canto das sereias

Porque foi desse mar que ousei nascer.

*

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - Abril, 2009

 

 

Navegado para http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/

 

 

NOTA - Queiram ter a bondade de descer as "escadinhas", depois de visitarem a Fábrica de Histórias, e ver o Prémio que está à vossa espera no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/

 

 

05
Mar09

O MAR NA MINHA MÃO

Maria João Brito de Sousa

Eu fiz nascer o mar da minha mão!

Nasceu-me destes dedos inquietos

Entre mil versos e outros sonetos

Que vos deixo em partilha e comunhão...

 

Tanto mar me nasceu, tanta canção,

Me vai brotando em mil grafismos pretos,

Que surgiram mil códigos secretos

Flutuando ao sabor da criação...

 

O mar na minha mão e eu não sei

Como dela nasceu, quem o pôs lá...

Nasceu da minha mão, posso jurar!

 

Poder de decisão, nunca lho dei!

O mar que a minha mão aqui vos dá

É o mesmo que a morte há-de levar.

 

 

Imagem retirada da internet

 

Publicado com pré-datação

20
Nov08

TEMPERO DE MAR

Maria João Brito de Sousa

mar luar.jpg

 

Mar dos luares de prata sobre a areia,

Dos búzios e das conchas nacaradas,

Das algas sob os pés, em caminhadas

Que vão da baixa-mar à maré cheia...

 

Mar de ouro branco e pérolas de luz

Como os grãos das areias que em ti piso...

Uma vez mais me perco no sorriso

Com que a tua brancura me seduz...

 

Eu perco-me e perdida encontro em ti

A criança que em mim nunca perdi

No percorrer da areia intemporal

 

E dissolvo-me em ti e sou tão tua

Quanto a brancura dessa branca lua

Como se, em vez de mim, fosse o teu sal...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 20.11.2008 - 13.54h

 

 

Imagem retirada da internet

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!