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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
19
Ago10

SEM DÚVIDA!

Maria João Brito de Sousa

 

Sem dúvida! Ela é sempre imprevisível,

Caminhando ao sabor do que há-de vir

E, a cada dia, menos concebível,

Nunca dando a saber se irá surgir…


Sem dúvida nenhuma! É impossível

Encontrar quem te possa garantir

Que é Arte o que tu fazes mas… terrível,

Seria sufocá-la … e não sentir!


Talvez morresses mesmo… ou não morresses!

Sem dúvida, seria insuportável

Renunciar a tudo aquilo que és


Se, imprevisivelmente, renascesses,

E tudo te parecesse intolerável

Excepto esse dom de ser como as marés…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 18.08.2010 – 19.19h


 

NOTA - Peço desculpa pelo erro na frase que serve de título e legenda à imagem desta minha tela. Deverá ler-se LA FEMME QUI PEINT L`ENFANT ETERNEL

 

26
Out09

QUEM TRAMOU O SUJEITO POÉTICO?

Maria João Brito de Sousa

Quem foi que ousou tramar o tal sujeito

Poético e patético, o tal que actua

E que jamais se rende ou compactua

Com actos que o não tornem mais perfeito?

 

Quem foi que ousou roubar-lhe esse direito

De ser etéreo e branco como a lua,

De ter raiz e caule em cada rua

Onde se desconstrua o que foi feito?

 

Quem foi que o despojou da glória eterna,

Quem foi que o dissecou de corpo e alma

Até chegar ao âmago de si?

 

Procuro - e ergo bem alto esta lanterna -

Com toda a lucidez, com toda a calma

Essoutro usurpador que eu nunca vi…

 

Imagem retirada da internet

02
Set09

O IMORTAL

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Julgava-se imortal. Mesmo imortal.

Isento das noções de “mal” ou “bem”,

Dependente de nada e de ninguém,

Um ser dif`rente, muito embora igual.

 

Jamais aceitou ser um animal.

Julgou ser mais e ninguém soube quem

O ensinou a “ser” ou se houve alguém

Que decretou, enfim, o seu final…

 

Morreu há muito tempo. Agora jaz

Num qualquer cemitério, transmutado

No húmus do que em si nunca aceitou.

 

Pobre imortal que assim alcança a paz

Na negação do próprio enunciado

Com o qual definiu o que o negou…

 

Imagem retirada da internet

01
Set09

TEMPOS NENHUNS

Maria João Brito de Sousa

 

Quantos tempos nenhuns terão passado?

E os séculos dos séculos nascidos?

Instantes de universos revestidos

De luas e de sóis tão lado a lado…

 

Dos tempos, nenhum tempo mensurado

Revelaria ausências dos sentidos,

De prenúncios de vida se, perdidos,

Outros tempos tivessem regressado.

 

Do querer saber nos nascem novos tempos

Que aos tempos do passado irão buscar

O fio que os traz de lá, desde o começo.

 

Todo este somatório de momentos

Traduz a nossa vida. O que sobrar

É apenas um preço. O nosso preço.

 Imagem de Sheila Nogueira, retirada da internet.

18
Ago09

MEMÓRIA DESCRITIVA II

Maria João Brito de Sousa

 

Aquele aspecto estranho e desconforme,

Aquele face magra e enrugada,

Aquele rictus de quem está cansada

Da vida que parece sempre enorme…

 

Aquelas mãos de dedos calejados,

Retorcidos do muito que fizeram,

Os olhos afundados que lhe deram

Os dias e as noites descuidados.

 

Aquele estar ali e nunca estar

Aonde o corpo fica a descansar,

Porque a mente descansa noutro espaço,

 

Aquela imprecisão de só sonhar,

Aquela estranha forma de falar

Compondo a própria voz do seu cansaço.

 

Imagem retirada da internet

25
Jan09

A DOIS PALMOS DE MIM

Maria João Brito de Sousa

Vieira e Arpad 

A dois palmos de mim, o Infinito

Aonde o horizonte se desdobra!

É lá que surge o sonho e nasce a obra…

Além, nessa montanha de granito

 

Aonde vive aquilo em que acredito,

Onde a minha coragem se redobra

E a mais louca verdade não soçobra

Porque se prende àquilo que foi dito...

 

Se essoutro desalento `inda persiste

Porque o real impõe velhas fronteiras

Ao mundo que me quer aprisionar,

 

A dois palmos de mim já não existe

Esta prisão de abismos e barreiras

Nem muros que me possam limitar…

Painel de Maria Helena Vieira da Silva 

 

15
Jan09

BRAÇO DE FERRO

Maria João Brito de Sousa

Ou o braço se quebra ou eu rebento!

E, se acaso rebento, o que farei

Às palavras que nunca vos direi

Daqui, desta cadeira em que me sento?

 

Que farei de mim mesma? Se há talento,

Se o verso surge então, que vos darei?

Ou o braço se quebra ou eu nem sei

Se me resta tentar ou se nem tento...

 

Estou num braço de ferro e sem certezas

De ter ou não razões para lutar,

De ser justificado o meu cansaço...

 

Não meço, nunca, forças ou grandezas!

Ou o braço se quebra ou vou ficar

Pr´a sempre a depender deste meu braço... 

 

 

Imagem retirada da internet

 

08
Jan09

UMA PONTE SOBRE A SOLIDÃO

Maria João Brito de Sousa

Paguei o preço desta solidão

Com sangue - do real... - e muito choro

E esta velha casa, aonde moro,

É a ponte que ergui sobre a paixão.

 

Já velha, tem do tempo uma erosão,

Tão cheia do amor com que a decoro,

A casa onde escrevendo me demoro

Nas horas de viver nesta ilusão.

 

Onde começo eu e onde finda

Esta casa já gasta mas tão linda

Que ergui num espaço-tempo sem fronteiras?

 

Parece que respira, que tem vida,

Esta pequena ponte construída

Entre afectos, poemas, brincadeiras...

 

 

Imagem retirada da internet

 

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