POEMA
Como me nasce um poema? Saiba aqui.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Como me nasce um poema? Saiba aqui.
Eu vou desabrochar! Eu sei que vou…
Mas só nestes silêncios que transformo
Na luz primordial a que retorno
Quando aos silêncios eu me entrego e dou.
E que me importa “estar” se mais me der
Onde, de nunca estar, me sei melhor?
Se ascender ao silêncio, aonde eu for,
Serei tanto e tão só quanto eu puder!
Silêncio! Faz-se noite nos meus dias…
É hora de partir, de diluir-me
Nas coisas que ficaram por pensar…
É a hora do sonho… as sintonias
Chegaram noutras asas p`ra pedir-me
O silêncio dos tempos de criar.
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
http://www.avspe.eti.br/indice.htm
http://www.avspe.eti.br/biografia2010/MariaJoaoBritodeSousa.htm
Tanto trabalho logo ao levantar-me!
Ele é ir a correr tratar de todos,
Ele é limpar e dar comida a rodos,
Mudar o que está sujo… e não mudar-me!
Por vezes – tantas vezes – são as brigas!
O novo residente é mal aceite…
Há unhadas que trago como enfeite, J
Mas sobram marradinhas muito amigas…
Há esforço dispendido, há forte empenho,
Há um nunca parar de mil cuidados
Neste meu acordar de cada dia.
Pode isto parecer-vos muito estranho…
Podem todos pensar que são escusados,
Mas dão-me, no final, tanta alegria!
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
Visite-me também na Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores
http://www.avspe.eti.br/biografia2010/Ma
E se a nuvem que passa não passasse?
Se a chuva não parasse de cair,
Se o vento não cessasse de zunir
E o sol nunca mais te iluminasse?
Se mais nenhum poeta “poetasse”,
Se o mundo se esquecesse de sorrir
E mais nenhum de nós quisesse abrir
Os braços para alguém que a nós se abrace?
Ah! Homens sem sorriso ou poesia
São sucedâneos de homens, não são gente!
São pavio de uma vela que não arde!
Não seria, então, mundo o que haveria,
Nem a vida seria omnipresente!
Seria um dia de… S. Nunca à tarde!
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
A caminho de http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/
Quem diria que a voz se te perdia,
Que os olhos se te haviam de fechar,
Que pudesses partir sem te acabar,
Antes que se findasse essa alegria?
Quem diria que a vida fecharia
Seu aro ao teu destino de sonhar,
Que a morte te haveria de levar
Sem avisar que assim te levaria?
Silêncio. Só depois aplaudirei
O que de ti conheço, o que não sei,
O que adivinho até. Silêncio só!
Mais tarde acabarei por entender.
Por ora só silêncio, esse roer
De grãos mudos chorando sob a mó…
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
Sem dúvida partilhas, como tantos,
Um espaço noutro espaço intemporal
Onde o saber se torna visceral
E promete, à razão, novos encantos…
Sem dúvida viver pode ser mais
Do que este andar por cá sem ter noção
Da longa estrada dessa dimensão
Que se abre para além destes portais…
Sem dúvida… tens dúvidas, não tens?
Sem saberes a razão por que aqui vens
Precisas de entender mais do que entendes…
Resta-te o sonho antigo e derradeiro,
O último, apesar de vir primeiro…
E basta-te saber que te não rendes!
Sou bicho velho e duro de roer…
Discordo, cá por dentro, a toda a hora,
Não torço e nem quebrando eu “salto fora”
E nunca disse “sim” a um qualquer!
Mas qual raio de sol – um só me basta –
Encanto-me e sorrio e aquiesço…
De forma pendular eu sonho e cresço
Permanecendo firme, embora gasta…
Sou bicho que mudou sem se mudar…
Sigo em frente, porém, sem me esquivar
Àquilo que esta vida me proponha…
Não procuro… nasci para encontrar
Aquilo que nem eu quis procurar…
Mas nenhum dos meus sonhos me envergonha!
UM SONETO "A MARTELO"...
Quis fazer um soneto assim, forçado,
Sem que a vontade ou a inspiração
Viessem conduzir a minha mão.
Com técnica, somente… um mal-amado…
Não sei se é bom, se é mau ou se enganado,
Contra a minha vontade, uma ilusão
Chegou a dar-lhe corpo e dimensão,
Porque ainda está só meio acabado…
Aqui, quase no fim, já nada sei!
Nem sequer se um soneto eu comecei,
Quanto mais se é só técnica o produto
De mim com este meio em que tracei
Palavras que não quis, mas que aceitei…
Só sei que nasce como nasce um fruto.
UM SONETO APRESSADO
Como coisa que tem de se fazer
E embora nos não dê nenhum prazer,
Nos serve p`ra cumprir uma promessa…
Ao menos fica feito! Eu sou avessa
A criar para além do que eu quiser
Mas, agora, o que importa e tem de ser
É que seja um soneto o que começa…
Afinal já está quase, quase pronto…
Aprendi que um soneto, mesmo tonto,
Pode ser exercício de vontade…
Mas se quis ou não quis escrevê-lo agora…
Isso não sei dizê-lo e vou-me embora!
Cumpri uma promessa! Isso é verdade…
O ÚLTIMO SONETO "PORQUE TEM DE SER"!
O último soneto a que me obrigo!
A ver vamos se nasce ou se não nasce…
Um pouco de vontade e a coisa faz-se!
[digo eu… nunca sei é se o consigo…]
Eis a primeira quadra! Esta segunda,
Parece mais difícil, com efeito…
Já não sei se o soneto sai perfeito
Porque a mão se me prende e se me afunda…
Só faltam dois tercetos… afinal
A coisa não me corre assim tão mal…
Isto é quase um soneto e está no fim!
Já vejo, ao longe, a praia, a minha meta!
Sem mais terceto que me comprometa,
Fecho a porta ao que aqui sobrar de mim…
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
O que é que, a nós, nos torna originais?
Que fizemos… ou não? Como irá ser?
Pretéritos de nós, a acontecer
Em recorrentes ecos pontuais…
Nós, lógicos, falantes animais,
Perguntando-nos sempre e sem saber
O muito qu`inda está por entender
E querendo saber mais. Cada vez mais.
Talento? Pode haver, pode exprimir-se
Num mundo com fronteiras demarcadas
Por dogmas, venham lá de onde vierem…
A Arte apenas pode pressentir-se
Quando as muralhas forem derrubadas,
Quando as algemas d`alma se romperem!
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET (Pormenor de tela de Pablo Picasso na sua fase de "Cubismo Analítico")
Depois, no céu azul de um qualquer dia,
Congelado o momento de um sentir
Na tela imaculada do porvir,
Que resto de mim mesma sobraria?
Que sonho marcaria o rumo, o passo,
Deste ser como sou – não como devo… –
Em que assim me analiso e me descrevo
Na serena amplitude do meu traço?
E, se assim me é real tanta ilusão,
Realmente iludida, eu sou quem sou
E o mundo é comigo e eu sou nele…
Não quero prescindir da decisão!
Se nem sequer souber por onde vou,
Restar-me-á o sal à flor da pele!
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
O SAL À FLOR DA PELE
*
Canto, na praia, o sal à flor da pele,
O vento encruzilhado em descaminhos,
O salto de acrobáticos golfinhos
E tudo o que esse sal em mim revele.
*
Canto o tal por de sol com que sonhei,
Abrangente, ideal, tingindo tudo
Da sua cor, do seu lamento mudo,
Dessoutra luz com que o então verei
*
Canto só por cantar, como outros tantos,
Honro o sal do meu mar tecendo mantos
Sobre a noite da vida ao por-de-mim,
*
Mas só o sal tempera a minha voz
Embora enxergue ainda esse albatroz
Que há-de voar comigo até ao fim.
*
Maria joão Brito de Sousa - 26.01.2010
Lembras-te ainda? Era às segundas feiras
Que este mundo girava em teu redor,
Que uma nova semana, abrindo em flor,
Prometia alegrias e canseiras…
Eram novos degraus de horas primeiras,
Era o recomeçar de um corredor…
Ao longe outros degraus ganhando a cor
Indistinta das coisas derradeiras…
Só à segunda feira esse começo
Era real, sensível, pertinente,
Invariavelmente desejado…
Ainda hoje assumo e reconheço
Que é difícil esquecer, ser-lhe indiferente,
Vivê-la e, sem notar, passar-lhe ao lado…
Escrito para http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/
IMAGEM RETIRADA - com um enorme sorriso - DA INTERNET...
161 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.