UM SONETO A FILINTO V
(Soneto em verso hendecassilábico e rima intercalada)
Se sinto ou pressinto esse rótulo estreito
De quem, por defeito, confirma que minto,
Quase por instinto o desminto e rejeito;
Com jeito ou sem jeito, só escrevo o que sinto
E, logo que o finto, reclamo o direito
De ter um suspeito, embora distinto
Do tal labirinto composto a preceito
Pra quem seja atreito a excessos de... tinto.
Com fogo - não extinto... - pulsando no peito,
Só rendo o meu preito a quem eu consinto
Que solte o seu cinto e se abeire de um leito
Por mim já desfeito. Meu caro Filinto,
Ao seu leito eu finto, nesse não me deito;
Não tiro proveito do quarto... de um quinto.
Maria João Brito de Sousa – 22.02.2018 – 10.39h