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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
04
Ago18

CONVICÇÕES

Maria João Brito de Sousa

Convicções - Ulisses.jpg

 

CONVICÇÕES

*



Retorcera-se em espasmos de incerteza,

Lutara contra espanto e convulsões

E já sentara um espectro à sua mesa

Para uma ceia a dois, sem confusões.

*

 

Cozinhara um cozido à portuguesa

Nas chamas apagadas de uns tições,

Porque o que para muitos é surpresa,

Dependeu, para si, das convicções.

*

 

Sai à rua e... faz sol sempre que chove!

Das suas ilusões, nada o demove;

Tudo é real porque ele assim o viu.

*

 

Não precisa de nada que comprove

Que a Terra é uma esfera que se move,

Nem crê que uma nascente acabe em rio.

*

 



Maria João Brito de Sousa – 12.07.2018 -09.53h

**



 

08
Jun11

DAS TOURADAS E DAS GRANDES CONVICÇÕES - Carta aberta ao meu avô poeta

Maria João Brito de Sousa

… e depois, António,

eles benzer-se-ão e partirão gloriosos

para a mortandade

sem que os tenhamos podido desculpar

e agradecerão as palmas

com a consciência do ritual cumprido

e haverá crianças

- crianças como eu era quando,

ao vê-los,  fugia do ecrã da televisão… -,

haverá crianças, António,

que também baterão palmas

e que crescerão embaladas

pela apoteótica matança,

abençoadas pelo deus a que eles se confiaram

e em que eu nunca acreditarei

porque, perdoa-me, António,

eu não posso, nem quero, acreditar

nesse mesmíssimo deus cruel e estúpido,

se ele for tão estúpido e tão cruel

que abençoe a ritualização da tortura…

 

 

 

Ou fomos nós que

sempre estivemos enganados?

Ou fomos nós que

errámos quando condenámos a raiz comum

de todas as descriminações

e de todas as atrocidades?

Ou éramos só nós que víamos,

nos olhos do touro,

a mesma inocência dos dos cristãos novos, no Paço,

dos dos negros, nos porões das naus,

dos dos judeus, em Auschwitz,

dos dos nossos amigos, nas masmorras da Pide?

 

Todos diferentes, todos animais,

António…

 

E eu, António,

eu que, hoje, como há cinquenta anos,

os sinto, os entendo

e, do mais fundo de mim,

os tento perdoar,

não consigo deixar de condenar

essa crua faceta de tantos

 

tantos dos que,

caminhando sobre duas patas,

acreditam que a dor é monopólio seu

e que a racionalidade

lhes confere o direito de SERem os únicos.

 


 

TODOS DIFERENTES, TODOS ANIMAIS!


 

Ao meu avô, António de Sousa, Poeta, tradutor, advogado, crítico literário e um daqueles seres vivos que sempre acreditaram na sensibilidade de todos os outros.

 

Maria João Brito de Sousa - 07-06-2011-11:41h


[against all odds, com honras de blog principal]


 

Ps – Perdoa-me se te arrasto o nome para o campo de uma batalha que prevejo desproporcional, dura e infindável. Por esta altura, tu, lá na tua Ilha de Sam Nunca e eu, ainda por cá, fisicamente desgastada, pouco mais poderemos emprestar para além disto; nome e versos… mas não fomos nós quem sempre acreditou na força das convicções e das palavras que as levam mundo afora?

 

12
Jan10

NÃO DESISTIR...

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Se agora eu, deslumbrada, me extasio

E se agradeço a Deus tão estranha fé,

Depois, quando subir outra maré,

Quem virá preencher-me este vazio?

 

Que bendita alegria irá nascer?

Que dor, que desespero irá, de novo,

Levar-me à desistência, que reprovo,

De um caminho acabado de escolher?

 

Só sei que há-de sobrar-me este infinito

De todos os poemas por criar,

De todas as palavras por sentir

 

E sei que tudo aquilo em que acredito

Irá permanecer, irá ficar

Por cá, porque eu não hei-de desistir!

 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

12
Set08

DEPOIS DE MIM

Maria João Brito de Sousa

Estais cansados de ouvir a lenga-lenga

Daquilo que já fiz, do que não faço...

Que vos pode int`ressar o meu cansaço,

Este cantar-me até que a voz se renda?

 

Não podeis entender este feitiço

(meu estranho e voluntário cativeiro...)

De ser rica sem ter nenhum dinheiro...

Podeis olhar-me e ver um deus postiço,

 

Mas reparai; se sou quanto aqui escrevo,

Se o mundo, em mim, produz tão estranho enlevo,

Se este cantar-me é pura compulsão,

 

Podeis ler-me depois de eu ter partido,

No futuro, ideal mas pressentido,

Dos que depois de mim me seguirão...

 

Imagem - "O Filho do Homem" -

                 Acrílico sobre placa

                 Maria João Brito de Sousa -2006

07
Ago08

AQUILO EM QUE ACREDITO

Maria João Brito de Sousa

Há lá ouro ou poder que me convençam

A ser quem nunca fui, a dizer: Sim!

Se aquilo que sentir, dentro de mim,

For mais forte que tudo o que m` ofereçam!

 

Há lá maior prazer que a coerência,

Há lá maior virtude ou qualidade,

Que sermos detentores de uma verdade?

Humanamente NÓS, na nossa essência...

 

Biologicamente arquitectados,

Nós somos animais desesperados

Por honras e valores que não são meus...

 

Talvez seja dif`rente ou seja tonta,

Mas, para mim, o que no fundo conta,

É crer no que acredito vir de Deus!

 

Imagem - "Puberdade" - 40x30cm (Pastel de Óleo)

               Maria João Brito de Sousa - 1999

 

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