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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
10
Ago18

CASA

Maria João Brito de Sousa

CASA.jpg

 

CASA

*



Agiganta-se a casa. O mundo pára.

Não excede o meu telhado o próprio céu,

Quando me falam deste pouso meu,

Da minha toca velha e estranha e rara,

*

 

Deste tecto onde a musa se declara

A cada verso lido como seu

E, a cada passo que ainda não deu,

Mais foge a casa que nos foi tão cara.

*



Se fico, estou perdida e, se vou, morro.

Pra quê chorar, gritar, pedir socorro?

Escolho morrer, ficando! Morro nela.

*

 

A musa (inexistente) assim mo dita,

Pois disso nos dependem verso e escrita;

Arrisco, escrevo e não desisto dela!

 

Maria João Brito de Sousa – 02.08.2018 – 09.52h

 

07
Jan16

... E O QUE ME RESTA?

Maria João Brito de Sousa

GALERIA_gatos_cat-11.jpg

 

Tiram-me braços, pernas, coração...

Levam-me o velho espaço onde me insiro

E, por arrasto, a mim me levarão,

Talvez em breve, ao último suspiro,



Que só eu sei da estranha condição

De ser tábua do chão do meu retiro

E, assim que mo negarem, negarão

Até o próprio ar que nele respiro...



Não gosto de queixar-me e sei ser vão

Falar do estranho amor que aqui refiro,

Mas nada mais me resta! É deste chão



Que o verso se me eleva a quanto aspiro,

Enquanto vos vou expondo a situação...

(... mas quanto mais me exponho, mais me firo...)

 



Maria João Brito de Sousa - 06.01.2016 - 18.00h

 

13
Nov15

MEU PINHEIRO MANSO, MEU FIGUINHO-LAMPO...

Maria João Brito de Sousa

FIGUEIRA.jpg

 

(Soneto em verso hendecassilábico)

 

 

Meu celeiro farto, meu pinheiro manso

Que choras se parto, calo ou me desdigo,

Meu pinheiro amigo, meu seguro abrigo

Onde, havendo p`rigo, me escondo e descanso

 

De um bulício antigo que nem sempre alcanço;

Porta sem postigo, falta sem castigo,

Figueira onde o figo sabe que o bendigo

Por ser só comigo que dança, se eu danço

 

Doce figo lampo que uma mãe-figueira

Me of`receu trigueira, lesta, rotineira

E que ao dar-se inteira se me foi tornando

 

Materno alimento, carne, irmã ceifeira

De espiga engendrada nesta fértil leira

Tão mais derradeira quão mais vai faltando.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 12.03.2015

 

 

 

(Soneto em reedição, ligeiramente modificado - À minha morada)

 

 

19
Jul14

A VELHA MORADIA DO DAFUNDO

Maria João Brito de Sousa

 

(Soneto em decassílabo heróico)

 

Daquela antiga casa que sabia

Todos os tempos do meu verbo Amar

Como secreto templo que se abria

De cada vez que a fosse visitar,

 

Olhava um areal que se estendia

Da orla ribeirinha até ao mar

Que rescendia a sonho e maresia

Em cada avo de sonho por explorar…

 

Talvez morasse Deus na antiga casa,

Ou talvez fosse, eu mesma, um deus menino

Que ali quis construir seu próprio mundo,

 

Pois despontava-me uma ou outra asa

Na casa que era mais que o que eu defino

Por velha moradia do Dafundo…

 

 

Maria João Brito de Sousa – 19.07.2014 – 17.04h

 

NOTA – Reformulado a partir do soneto original de 31.07.2010

 

17
Nov08

UMA OUTRA CASA, TAMBÉM PORTUGUESA...

Maria João Brito de Sousa

Eu passo! Essa jogada não é minha!

Prefiro a lucidez distanciada

Do tempo em que ao jogar uma cartada

Tinha a vitória mais do que certinha!

 

Um livro de cordel (escrito por mim!),

Uma sopa no prato, sobre a mesa...

Vestígios de outra casa portuguesa

Sem beijo à minha espera (antes assim!)...

 

Sem azulejos nem flores e jardim,

Sem nada que pareça uma promessa,

Mas sempre a minha casa e não m`int`ressa

 

Se a casa cheira a mel e alecrim!

A casa portuguesa... um universo

Desta implosão de mim no meu inverso!

 

 

 

Imagem retirada da internet

 

 

 

30
Set08

ÀS VOSSAS PORTAS

Maria João Brito de Sousa

 Ele era o meu eleito entre os Poetas!

Vivia amando tudo o que não tinha,

Mas em qu`rendo o luar, o luar vinha

Beijar as suas horas mais secretas...

 

Viveu para aprender até morrer,

Aflorou os mistérios de outros céus

E antes de partir, disse-me: - Adeus,

Ainda tenho muito que aprender!

 

Por vezes nem sei mesmo se partiu

Ou se ficou por cá... alguém sentiu

Que as coisas permanecem mesmo mortas?

 

Por isso estamos juntos nestes versos,

Criamos outros tantos universos

E batemos, os dois, às vossas portas.

 

Ao poeta António de Sousa e à Ligeirinha.

 

Imagem - Fotografia tirada há cerca de dois meses à porta da "nossa" casa, na Rua Luís de Camões em Algés.

 

 

 

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