Maria João Brito de Sousa
APOGEU POÉTICO AVL - Abril, 2017
TEMA - Inocência
Segmento - Clássico
Patrono: Florbela Espanca
Académica: Maria João Brito de Sousa
Cadeira: 06
INOCÊNCIA(S)
Inocente estará, num tribunal,
O réu que é justo, honesto e razoável,
De quem não venha ao mundo nenhum mal
Porque incapaz de um acto condenável,
Mas inocente pode, por igual,
Ser quem se mostre grato, terno, amável,
Com quem lhe tenha sido desleal,
Por não ter entendido algo execrável...
Seja ausência de culpa, ou qualidade
Comparável à pura ingenuidade,
Segundo seja o caso designado,
Inocente será quem, sem maldade, Procure, na mentira, uma verdade
E julgue, no final, tê-la encontrado...
Maria João Brito de Sousa - 08.04.2017 - 10.52h
publicado às 07:00
Maria João Brito de Sousa
APOGEU POÉTICO AVL
Tema: GRATIDÃO
Segmento: Clássico
Patrono: Florbela Espanca
Académica: Maria João Brito de Sousa
Cadeira: 06
GRATIDÃO
(..."... não saiba a tua mão esquerda, o que faz a tua mão direita" - Mateus, 6, 3)
Que maior recompensa pode haver
Pr`a quem possa estender a mão que ajuda,
Do que saber que uma aflição se muda
Num momento de alívio e de prazer?
Há quem só saiba dar pr`a receber
Aplauso, ou recompensa bem choruda,
Porque não sabe dar. Que não se iluda;
Joga segundo as regras do poder!
Que importa quem receba o recebido,
Se mesmo estando grato, é bem sabido
Que pressente o que anseia aquela mão
Que se lhe estende enquanto jaz caído
À qual, aliviado, mas dorido,
Expressa, contudo, a sua gratidão?
Maria João Brito de Sousa - 29.12.2016 - 17.45h
publicado às 12:00
Maria João Brito de Sousa
APOGEU POÉTICO AVL - Agosto, 2016
Tema - NATUREZA
Modalidade - Clássico
Patrono: Manuel Maria Barbosa du Bocage
Académica: Maria João Brito de Sousa
Cadeira: 06
NATURA
Natura, minha Mãe, se sei cantar-te,
De ti me veio a força, o sopro humano
E este engenho que teima em dedicar-te
Cada alegria e cada desengano...
Se ainda sei, Natura, que negar-te,
Seria ir-me perdendo em rumo insano,
Assim continuarei fazendo Arte
Do muito que me deste, ano após ano!
Somei-lhe, é certo, indómita vontade,
Um trabalho sem fim, um risco, um preço
E a minha própria escolha que, em verdade,
Foi livre, tanto quanto o reconheço...
Mas sendo eu tua filha, ó Grande Madre,
Como não ser-te igual, desde o começo?
Maria João Brito de Sousa - 12.08.2016 - 12.22h
publicado às 15:21