RUGA A RUGA
Eu reivindico as rugas! Ruga a ruga,
Fui conquistando ao tempo a Poesia,
Esta que agora gravo, inda que, em fuga,
Mais pareça criar desarmonia,
Porquanto, cruamente, a dor me aluga
Os sentidos em flor com que escrevia
E nem a melodia em mim madruga
Como há bem pouco tempo acontecia...
Foi, no entanto, delas que me veio
Cada verso daquel`s por que hoje anseio
E que não trocarei por coisa alguma;
Venham mais rugas porque as não receio!
De falsidades anda o mundo cheio
E, às minhas, conquistei-as uma a uma!
Maria João Brito de Sousa – 03.08.2017 - 11.35h
Dedicado à MEA e escrito após a leitura do seu lindíssimo soneto
“Não Deixem que me Vista de Saudade”.
Imagem retirada da Fábrica de Histórias