O VIGÉSIMO SEXTO DIA
(Soneto em verso hendecassilábico)
Lá vou escada abaixo, coração nas mãos,
De asinhas nos pés contra os impossíveis
Porque sempre incertos e sempre insensíveis
São os meus desígnios tantas vezes vãos...
Quantos mais o fazem? Quantos cidadãos
Passarão, por mês, horas tão temíveis
Que, para os demais, nem sequer são criveis
Mesmo quando dizem serem seus irmãos?
Se hoje, aos vinte e seis, não chegar... não chega!
Tudo se me esfuma, tudo se me nega
Nas voltas da dança que me coube em vida
Por isso vos digo que se a norma “pega”
Terei de aceitá-la, mas vou ver-me “grega”
Pr`a manter-me viva e de fronte erguida.
Maria João Brito de Sousa -26.09.2017 – 19.57h
Nota – Escrito à pressa e à revelia da musa, entre as duas primeiras idas à caixa do correio.
Pode conter erros ortográficos, métricos e até sintáticos.