26
Ago17
O VIGÉSIMO QUINTO DIA
Maria João Brito de Sousa
À pressa, sempre à pressa, tropeçou
No último degrau duma escadinha
E, na pressa de erguer-se, derramou
Da velha mala, tudo o que continha.
Foi ainda com pressa que a apanhou
E apressou-se mais porque a noitinha
Caía sobre a esperança com que ousou
Descer a escada à pressa, assim, sozinha.
Passou-se o vinte e quatro e não chegou
A grandemente ansiada esmolazinha;
A conta por pagar, não a pagou,
Cigarros, emprestou-lhos a vizinha...
Repete-se, hoje, a angústia que a levou
A correr, estando quase entrevadinha.
Maria João Brito de Sousa – 25.08.2017 – 11.16h