29
Mar18
O MEU GASTO TAPETE DE BEIRIZ
Maria João Brito de Sousa
Aposto a minha vida, a minha morte
E até a lira desta minha musa
Na vontade do Homem que recusa
Obedecer calado à própria sorte.
No que ergue a bujarrona e ruma a Norte,
Faz frente à tempestade, arrisca, abusa,
E, quando injustiçado, investe, acusa,
Aposto. Aposto sempre. Aposto forte.
Mas no pavão, no falso e capcioso,
No que protesta só pra ter o gozo
De se ouvir tanto mais quão menos diz,
Nesse tolo fanático e vaidoso
Não aposto uma linha das que coso
No meu gasto tapete de Beiriz!
Maria João Brito de Sousa – 29.03.2018 – 14.46h