16
Out15
O FINGIDOR
Maria João Brito de Sousa
FINGIDOR
(Soneto em decassílabo heróico)
Poema dá-nos voz, matéria-prima,
Tacto, conhecimento e, sobretudo,
Tendo, ou não tendo métrica, nem rima,
Um bom-senso apurado e muito agudo;
Oferece quanto baste de auto-estima,
Podendo fornecer-nos quase tudo
Do que possa elevar-nos muito acima
De quanto nos eleva um qualquer estudo.
Fingido? Sê-lo-á quanto lhe baste!
(mas se o não for demais, tanto melhor)
Pois, levando o conceito ao seu desgaste,
Plasma-se em quanto exista em seu redor
e faz da crua dor com que o cantaste
sofisma de um que diz ser FINGIDOR.
Maria João Brito de Sousa - 11.10.2015 - 17.19h