"ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE"
"Erros meus, má fortuna, amor ardente"...
de erros que me sobrassem, naturais,
fui trocando - de menos, ou demais? -
as quadras por sonetos... dei semente!
"Tudo passei, mas tenho tão presente"
um ror dos pecadilhos mais venais,
dos comuns, cometidos por mortais
que à perfeição aspirem, tão somente...
"Errei todo o discurso de meus anos",
talvez num verso, ou noutro... é natural
porque apenas humana e nunca um deus!
"De amor não vi senão breves enganos",
mas como posso, a Amor, levar a mal,
se, o próprio, erros comete, iguais aos meus?
Maria João Brito de Sousa - 08.09.2015 - 11.47h
NOTA - Soneto escrito na sequência da publicação do soneto de Camões com o mesmo título, glosado por Helena Fragoso.