ENAMORAMENTO
ENAMORAMENTO
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(Soneto em verso hendecassilábico)
*
Subindo do fundo da soma impossível
de duas constantes sem sombra, nem sol,
coberto de neve qual alvo lençol,
movendo-se agora, conforme o desnível,
*
Já cresce que cresce, embora invisível,
algo que mal vejo, talvez um atol,
talvez – pressuponho - um simples farol
no centro improvável de um mar mais sensível...
*
Será um poema que ao longe me chama,
ou mera faísca que brilha e me inflama
o sangue e as mãos... e por dentro e por fora?
*
Ah, seja o que for que assim se me imponha,
vou já dar-lhe troco pois não me envergonha
crer que outro soneto de mim se enamora.
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Maria João Brito de Sousa – 22.02.2018 – 09.00h