07
Jan16
... E O QUE ME RESTA?
Maria João Brito de Sousa
Tiram-me braços, pernas, coração...
Levam-me o velho espaço onde me insiro
E, por arrasto, a mim me levarão,
Talvez em breve, ao último suspiro,
Que só eu sei da estranha condição
De ser tábua do chão do meu retiro
E, assim que mo negarem, negarão
Até o próprio ar que nele respiro...
Não gosto de queixar-me e sei ser vão
Falar do estranho amor que aqui refiro,
Mas nada mais me resta! É deste chão
Que o verso se me eleva a quanto aspiro,
Enquanto vos vou expondo a situação...
(... mas quanto mais me exponho, mais me firo...)
Maria João Brito de Sousa - 06.01.2016 - 18.00h