CONVERSANDO COM MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE -Lisboa, Tejo, Mar e Barra
ALI...NO CAIS DO SODRÉ
ALI... NO CAIS DO SODRÉ
Ali onde o Tejo parecendo o mar
Vem bem de mansinho encostar-se no cais
E em sua dormência fica a suspirar
Aos pés de Lisboa seus factos reais
Com doces meneios a quer abraçar
Faz juras de amor, dizendo que jamais
Em dia de sol ou noite sem luar
Deixará de vir murmurar-lhe seus ais
E ela enamorada vem cantar-lhe um fado
Num doce clamor num tom apaixonado
E com ar brejeiro vai mostrando o pé
E o Tejo promete,que num gesto eterno
Virá sempre dar-lhe aquele abraço terno
Ali, bem juntinhos, no Cais do Sodré
MEA
1/11/2017
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AQUI, NA BARRA
Aqui, onde o Tejo, deixando pr`a trás
Todo o manso espanto que o prende à cidade
E, avançando sempre, às ondas se faz
Deste mar imenso e, tenso, o invade
Sem medos, nem freios, ainda que em paz
O mar o receba – que o Tejo é saudade
que o mar nunca esquece por não ser capaz -
Num fraterno abraço, sem qualquer maldade,
Só mesmo as gaivotas se fazem ouvir
Mais alto que as ondas do mar que, a rugir,
Com elas faz coro e desgarra, desgarra...
Ouvindo o seu coro, não sei senão ir
Atrás desse som que não sei produzir,
Mas que ecoa em mim e por toda esta Barra!
Maria João Brito de Sousa – 01.11.2017 – 16.44h
(Portuguesa, natural de Oeiras e S. Julião da Barra)