Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
09
Out16

ANACRONISMO(S)

Maria João Brito de Sousa

16082702.jpg

(a um bairro que deixou de se rever no seu próprio nome...)



Chama-se ainda Bairro das Palmeiras

O espaço onde eu as vi, de pequeninas,

Medrarem frescas, jovens, altaneiras,

Emulando um grupinho de meninas.



Uma só sobrevive às mil rasteiras

Da cupidez das larvas assassinas,

Mas até nessa as palmas sobranceiras

Sucumbem já - escavados como minas



os troncos dantes fortes quais pilares -

As promissoras palmas dos palmares,

Tombando, também elas, já sem vida



E nem a "minha" velha resistente

Que ousou reverdecer estando doente,

Ousa o que quer que seja, assim despida.

 



Maria João Brito de Sousa - 07.10.2016 - 12.14h

 

Imagem retirada do Google

 

 

4 comentários

  • Já não resta nenhuma, infelizmente...
    Soçobram uma a uma, apodrecidas;
    Foram tombando e só a "resistente"
    Brotava em palmas que hoje estão caídas,

    Pois resistia, sim, mas tão doente
    Que as jovens palmas tombam, carcomidas,
    E os troncos das demais, cortados rente,
    São só memórias de orgulhosas vidas...

    Nem uma só palmeira vive ainda,
    Das tantas que há trinta anos vi crescer
    Sem conseguir dizer qual a mais linda

    E a última acabou de perecer
    Depois duma batalha longa, infinda,
    Que quase acreditei estar a vencer...


    Maria João

    Infelimente, amigo Oliveira Batista, nenhuma palmeira sobreviveu, neste bairro... os troncos das palmeiras mortas foram cortados rentes e só uma parecia tentar contrariar a voracidade da praga... há bem poucos dias, olhando-a da minha janela, vi que a jovem coroa de palmas verdes que lhe brotava do topo, caíra palma a palma, como se lhe tivessem sido cortadas por uma faca de lâmina fina; o tronco, apodrecido pelas larvas do Rhynchophorus, deixou de poder alimentar de seiva as jovens palmas e elas soçobraram...

    Fico-lhe muito grata pelo soneto repleto de uma esperança que também eu mantive durante um bom tempo, mas que a realidade veio contrariar.

    Fraterno abraço!
  • Imagem de perfil

    batista_oliveira 10.10.2016

    Desconhecia, sou doutras lonjuras, mais a norte.
    Lamento pelas árvores e também por quem as adorava ver no quotidiano.
    Obrigado pelo soneto e pela informação.
    Abraço amigo
  • Nem pode imaginar quão desfeada e descaracterizada ficou esta alameda em que vivo, amigo Batista Oliveira.

    Sabendo de antemão que esta praga está a vencer todas as batalhas contra as palmeiras e que seria inútil tentar plantar novas mudas que imediatamente ficariam infectadas, tenho esperança de ainda poder ver este Passeio Vitorino Nemésio coberto de verde por outras árvores não susceptíveis à praga...

    Abraço amigo!
  • Comentar:

    Mais

    Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

    Mais sobre mim

    foto do autor

    Subscrever por e-mail

    A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

    Em livro

    DICIONÁRIO DE RIMAS

    DICIONÁRIO DE RIMAS

    Links

    O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

    OS MEUS OUTROS BLOGS

    SONETÁRIO

    OUTROS POETAS

    AVSPE

    OUTROS POETAS II

    AJUDAR O FÁBIO

    OUTROS POETAS III

    GALERIA DE TELAS

    QUINTA DO SOL

    COISAS DOCES...

    AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

    ANIMAL

    PRENDINHAS

    EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

    ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

    ESCULTURA

    CENTRO PAROQUIAL

    NOVA ÁGUIA

    CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

    SABER +

    CEM PALAVRAS

    TEOLOGIZAR

    TEATRO

    Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2023
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2022
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2021
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2020
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D
    66. 2019
    67. J
    68. F
    69. M
    70. A
    71. M
    72. J
    73. J
    74. A
    75. S
    76. O
    77. N
    78. D
    79. 2018
    80. J
    81. F
    82. M
    83. A
    84. M
    85. J
    86. J
    87. A
    88. S
    89. O
    90. N
    91. D
    92. 2017
    93. J
    94. F
    95. M
    96. A
    97. M
    98. J
    99. J
    100. A
    101. S
    102. O
    103. N
    104. D
    105. 2016
    106. J
    107. F
    108. M
    109. A
    110. M
    111. J
    112. J
    113. A
    114. S
    115. O
    116. N
    117. D
    118. 2015
    119. J
    120. F
    121. M
    122. A
    123. M
    124. J
    125. J
    126. A
    127. S
    128. O
    129. N
    130. D
    131. 2014
    132. J
    133. F
    134. M
    135. A
    136. M
    137. J
    138. J
    139. A
    140. S
    141. O
    142. N
    143. D
    144. 2013
    145. J
    146. F
    147. M
    148. A
    149. M
    150. J
    151. J
    152. A
    153. S
    154. O
    155. N
    156. D
    157. 2012
    158. J
    159. F
    160. M
    161. A
    162. M
    163. J
    164. J
    165. A
    166. S
    167. O
    168. N
    169. D
    170. 2011
    171. J
    172. F
    173. M
    174. A
    175. M
    176. J
    177. J
    178. A
    179. S
    180. O
    181. N
    182. D
    183. 2010
    184. J
    185. F
    186. M
    187. A
    188. M
    189. J
    190. J
    191. A
    192. S
    193. O
    194. N
    195. D
    196. 2009
    197. J
    198. F
    199. M
    200. A
    201. M
    202. J
    203. J
    204. A
    205. S
    206. O
    207. N
    208. D
    209. 2008
    210. J
    211. F
    212. M
    213. A
    214. M
    215. J
    216. J
    217. A
    218. S
    219. O
    220. N
    221. D

    FÁBRICA DE HISTÓRIAS

    Autores Editora

    A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

    AO 90? Não, nem obrigada!