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Mai18
AMOR E DOR II
Maria João Brito de Sousa
AMOR E DOR II
Amor e Dor, brincando se entre-chocam
E se enredam num fio que acaba em nó.
Até então, Amor vivera só
E, a Dor, lá nas lonjuras que se evocam.
Moram juntos agora e, mal se tocam,
Sentem um pelo outro um mesmo dó;
Amor, que era imortal, desfaz-se em pó
E a Dor sucumbe à dor que os nós provocam.
Nesta paradoxal (des)união,
Sente Amor, pela Dor, tal compaixão,
Que cega, pra não vê-la sucumbir
E a Dor, que vendo Amor, o julga são,
Mais se enreda nos nós, mais sem perdão
Se obriga a não deixar Amor partir.
Maria João Brito de Sousa – 13.05.2018 – 09.27h