10
Mai17
A ESTRANHA, EM VEZ DE MIM
Maria João Brito de Sousa
Das pontas dos meus dedos já não brotam
Palavras como as que antes me brotavam,
Mas os meus pobres dedos já nem notam
Que a palavra era o chão que antes lavravam…
Cansados e doridos me derrotam
Diante das vitórias que almejavam
E assim me roubam tudo e me amarrotam,
Embora nem sonhando o que estragavam…
Definho nesta extrema dependência,
Eu que sonhei ser livre até ao fim
Dos dias de caminho e de existência,
E se esta caminhada acaba assim,
Que acabe duma vez! Não há paciência
Pr`á estranha que me habita, em vez de mim!
Maria João Brito de Sousa – 10.05.2017 – 13.03h