ESTRANHA SORTE...
Olhai! Reparai bem... eu sou só "isto";
Uma mulher que um dia foi bonita...
Ninguém que olhe de perto `inda acredita
Que um dia fosse bela a pel` que visto...
Mas... olhai! Quantos anos, quantas marcas,
Quanto cabelo branco... este cigarro
Que NÃO QUERO largar, a que me agarro
Mesmo num tempo duro e de horas parcas...
Olhai a minha corte: a bicharada!
Meus amigos do peito e meus irmãos
Que, inteiras, me confiam vida e morte...
Ah, vede a minha face maltratada
Por dias que engendraram sonhos vãos...
E sou feliz, contudo. Estranha sorte... :)
Maria João Brito de Sousa - 28.03.2008 - 10.54h
(Ontem, no elétrico, a caminho do hospital)