14
Mar08
O CORPO POR UMA JANGADA
Maria João Brito de Sousa
Eu vivo neste corpo de Jangada;
Perdi-me, fui ao Céu, depois voltei
E choro ainda quem por lá deixei
No seio duma luz imaculada...
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Chora, Jangada chora os impossíveis!
O menino da luz não volta, não...
Desceu à terra dentro de um caixão
E mora agora entre os não visíveis...
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Chora, Jangada, chora o teu mar-alto!
O teu vulcão de lava há-de apagar-se
E tu hás-de rumar, de novo, à luz
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Onde antes te afundaste em sobressalto
E, um dia, um mesmo sol virá deitar-se
Num chão onde se ergueu tão dura cruz...
Maria João Brito de Sousa - 14.03.2008 - 20.24h
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(Ao chegar do hospital, no supermercado, às 20.00h)