"DE MÃO BEIJADA"...
(Soneto em decassílabo heróico)
Se isso viesse, assim, de mão beijada,
Tempr`ar-nos desse sal com que o escreveste
E fosse ouvido, sem dizer mais nada,
Significando o mais que nele escondeste…
Depois, se ultrapassada a longa estrada
De quanto humano passo nunca deste,
Se erguesse e se lançasse em revoada,
Determinado, urgente, irado, agreste,
Sobre a bruta injustiça alicerçada
Por quem aceita a “capa” e logo a veste
Só porque foi por tantos cobiçada,
Melhor fora eu ficar muda e calada
A “soprar-te” que sei que não esqueceste
Os tais que a vestem gasta e já rasgada.
Maria João Brito de Sousa – 07.09.2013 – 20.25h
NOTA – A um texto publicado por Alexandra Freitas Moreira, no seu mural, em 07.09.2013
IMAGEM - Diego Rivera - "Gloriosa Vitória"