ESPANTO[S] ou "Lembrando os fios..."
ESPANTO(S)
ou
Lembrando os Fios
*
Diz-me o espanto que a lua irá tardar,
Que a tarde se toldou, que o céu cinzento
Lh`impôs um manto espesso e turbulento
Qu `irá manter escondido o véu lunar…
*
Diz-me este espanto que não sei calar
Que ao que me for roubado o reinvento
E brota-me o poema enquanto tento
Que o espanto me não deixe de espantar
*
Por força de entender que nada espanta
O verso que, em repouso, se decanta
E depois, ao jorrar, se alarga em rio
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Que em breve se reforça e se agiganta,
Mudou-se o fio num mar de força tanta
Que me espanta lembrá-lo enquanto fio...
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Maria João Brito de Sousa – 13.03.2013
IMAGEM - Desenho de Álvaro Cunhal