MOAXAHA - Para variar...
AO ANIMAL CRIADOR QUE NOS HABITA
Amo as penas discretas dos pardais,
Macias, leves, quase intemporais…
Amo a serena calma dos meus dias,
Sem saudade, sem medo ou nostalgias,
Repudiando humanas tiranias,
Liberta já das cangas tão banais
Do que se engendra em ciclos rituais
Devoro a manhã clara, as tardes mansas,
Retorno à tal menina que usa tranças,
Devolvo corpo e alma às simples danças
Das coisas sem rotina, ocasionais,
Que são espólio comum dos animais.
“O morto és tu, Lázaro! Surge et ambula!”
Citando António de Sousa em Mea Culpa, Mea Maxima Culpa – Livro de Bordo
Maria João Brito de Sousa – 13.09.2012 – 15.33h