A GESTAÇÃO DO POEMA
Quando a mente fervilha, o verso é brando
E esgueira-se rumando em rota incerta
Tal qual fora deixada a porta aberta
De um vazio que ao tolhê-lo o vai calando...
Que lhe não dê ninguém voz de comando,
Pois bem sabe caber-lhe estar alerta
Se irrompe, ideia fora, à descoberta
Daquilo que nem eu sei como ou quando,
Mas não sabe que parte e vai ficando
Onde eu sei que o criei porque é criando
Que sinto que arriscar me vale a pena
Do tanto que há de dor se, murmurando,
De rompante me nasce e vai vingando
O que, da mente à mão, se faz Poema…
Maria João Brito de Sousa – 09.07.2012 – 18.48h
NOTA - Soneto completamente reformulado a 21.05.2015
IMAGEM - MATERNIDADE - Tela de Wifredo Lam - 1902/82