31
Mai12
... E SOLTA-SE O SONETO
Maria João Brito de Sousa
… e solta-se um soneto alvoroçado
Da estranha compulsão do gesto breve
Que cresce de um anseio exacerbado
Nos insensatos dedos de quem escreve.
Traduz um sonho só, deixa de lado
O jugo do silêncio em que prescreve
E ao ver-se desse jugo libertado
Diz, por vezes, bem mais do que o que deve.
Tem pouco espaço pr`a dizer-se inteiro
Mas, habilmente, custe o que custar,
Num nada se constrói teimosamente;
Pode ser temerário, aventureiro,
Ou simples, incorpóreo eco lunar,
Mas não terá nascido inutilmente!
Maria João Brito de Sousa – 31.05.2012 -16.51h
Imagem das Ilhas Galápagos retirada da net