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Out11
O FRUTO DE UM MAR OUTRORA PROÍBIDO
Maria João Brito de Sousa
(Soneto em verso eneassilábico)
Quis lembrar-me do mar que trazias
A pender-te da ponta dos dedos,
Prometendo, acenando aos mil dias
Que eu roubava à avareza dos medos
E colhi, desse mar que escondias,
No remoto pomar dos segredos,
O mel doce, que em fruto of`recias
D´entre mil, extemporâneos, azedos…
Houve um tempo redondo e magoado
Em que o fruto minguava escondido,
Definhando de tão resguardado
Na redoma do que é proibido,
E se eu nunca o tivesse encontrado,
Talvez nunca o tivesse perdido...
Maria João Brito de Sousa – 23.10.2011 – 15.00h