SONETO A UM VERSO QUE FICOU POR ESCREVER
Usado e gasto ou novo e displicente,
Tenho-te aqui, neste onde que nem sei,
No poema em que te prendo, esse imprudente
Que te irá dar bem mais do que eu te dei,
Mas perco-te depois, num gesto urgente
Em que abro mão daquilo que engendrei,
E vendo-te voar – quem me desmente? –
Descubro que não mais te encontrarei...
Quem és, quem és, se nem mesmo eu souber
Prender-te nos meus braços de mulher
Dando uma voz à voz que tu não tens?
Serás verso que teima em se perder,
Ou talvez sejas tudo o que eu quiser
Por mais que eu nunca saiba de onde vens...
Maria João Brito de Sousa – 10.10.2011 – 21.11h
Imagem retirada da Internet, via Google