12
Ago11
A CADA DIA A SUA ETERNIDADE
Maria João Brito de Sousa
Já mal recordo as águas, muito claras,
Das nascentes das serras percorridas
Sobre penhascos, sobre duras fragas,
Em cada passo gasto nas subidas
Já quase nem relembro as madrugadas
De todo o começar de tantas vidas
Se ato, por cada verso, estas amarras
Às colunas do cais de outras partidas,
Mas, à noitinha, é como se tambores
Semeassem no ar todas as cores
Num reboar de notas sincopadas!
Dormindo, eu que sou “tu”, sou tanta gente
Que não tendo passado, nem presente,
Adivinha o porvir destas passadas …